Cotidiano

Programa cria polos e ajuda agricultores a dobrarem produção

A batata-doce é o carro chefe do programa com uma produção que saltou de 18 para 70 toneladas por hectare

Lançado em 2018, o Plano Municipal de Desenvolvimento do Agronegócio (PMDA) já começa a mostrar os primeiros frutos. A iniciativa que funciona por meio de cooperativa está sendo executada no Projeto de Assentamento Nova Amazônia I, atual Truarú, na zona rural de Boa Vista. 

À Folha, o secretário municipal de Agricultura e Assuntos Indígenas, Marlon Buss, disse que o PMDA foi direcionado a aumentar a eficiência na estrutura de produção e não está diretamente ligado à expansão da área plantada.

“A meta é aumentar a produção e buscarmos entender a forma que os produtores usavam as áreas em cada região e criamos núcleos de produção de acordo com as peculiaridades. Criamos o polo da batata-doce, do milho, mamão, melancia e soja”, disse. “Porém, todos os polos podem plantar outras culturas como quiabo, maxixe e outras, normalmente, apenas criamos a identidade de cada polo”, afirmou. 

Ele informou que foi investido R$ 1,8 milhão desde o lançamento do programa e a criação da cooperativa, no ano passado, que financia através de um contrato o produtor, para que ele compre máquinas e equipamentos, produza e pague as parcelas para a cooperativa, que reinveste em novos produtores ou na expansão da área.

“Este valor circula, não volta para o poder municipal, fica em movimento entre os cooperativados e o programa vai mais além, pois fazemos a análise e correção do solo e ensinamos ao produtor do zero, já que cada um tem sua característica”, disse.

Com o incentivo, as culturas em destaque de cada região produtiva criaram uma identidade geográfica do local e as culturas que já eram cultivadas em Boa Vista nos últimos dois anos têm mostrado melhor qualidade e dobrado a produção.

Buss citou o exemplo da batata-doce, que antes tinha produção de 18 toneladas por hectare e saltou para 70 toneladas por hectare já na primeira safra e com possibilidade de fazer duas safras por ano com rotatividade de cultura. “Hoje o polo da bata-doce consome toda sua demanda in-natura e ainda compram de outros locais para fabricação da farinha da batata-doce, que ganha o mercado local”, exemplificou.  

Além da batata-doce, o milho teve safra recorde com 200 sacas por hectare, pois antes a produção era de cerca de 60 sacas por hectare. “Isso mostra que nosso direcionamento está dando certo, produzir mais na mesma área plantada. O produtor é que resolve se vai aumentar a área ou não”, disse.

O mamão é outra cultura que chega para ganhar espaço na área rural de Boa Vista. A estimativa de produção para este ano é de 100 toneladas por hectare.

A melancia apresentou produtividade de 30 toneladas por hectare em 2018. A meta é superar o índice de 30 toneladas este ano. Já a soja atingiu aproximadamente 50 sacas por hectare em 2018. Este ano houve acréscimo de 20% na produtividade com relação ao ano anterior. (R.R)

Projeto visa usina de etanol de batata-doce


Secretário municipal de Agricultura e Assuntos Indígenas, Marlon Buss (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

O aumento da produção de batata-doce, depois do lançamento do Plano de Desenvolvimento do Agronegócio (PMDA) que criou pólos e constituiu cooperativa no Município de Boa Vista, já vislumbra outros horizontes com a implantação de uma usina de produção de etanol produzido com a extração da batata-doce. 

Para o secretário municipal de Agricultura e Assuntos Indígenas, Marlon Buss, com o fato de não poder produzir etanol de cana-de-açúcar na Amazônia, a produção com batata-doce ganha espaço e apresenta mais eficiência.

“Já temos um projeto definido e que já foi avaliado por economistas e projetistas da Sudam (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia) e estamos em busca de parceiros para colocar a ideia em prática, já que precisamos de investimentos de 8 ou 10 milhões”, disse.

Ele citou que além da produção de etanol de combustível a intenção é também produzir outros produtos derivados, como nitrogênio hospitalar, por exemplo.  

“Mas só com a produção do etanol já teremos sustentabilidade de uma margem líquida de 30% sobre atividade. Claro que produzir outros derivados exige mais técnica, mas valoriza mais ainda a produção”, disse.   

Quanto à previsão para início da instalação da usina, Buss disse não haver um período específico e ressaltou que depende das parcerias privadas.  

“Vamos buscar parceiros para fazer com que aconteça e entendo que de agora em diante não seja uma atividade pública, mas da iniciativa privada em parceria com a cooperativa, assim como está sendo desenvolvido o Plano Municipal de Desenvolvimento Agrário, quando financiamos o produtor através de um contrato com a cooperativa e o produtor que plantou a lavoura, produziu e paga a cooperativa, que reinveste em novos produtores ou na expansão da área de quem já está atividade”, explicou. (R.R)

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