Implantado há pouco menos de seis meses, o Programa Roraima Açaí já começa a colher os primeiros resultados no Estado. Financiado pela Agência de Fomento do Estado (Aferr), a iniciativa tem como objetivo principal o desenvolvimento do setor produtivo da região sul do Estado, tendo como principal matéria o açaí (Euterpe oleracea), fruta típica do Norte do país.
De acordo com o coidealizador do projeto, Marcus Nakashima, o programa, que levou dois anos para ser executado, tem correspondido de forma satisfatória aos mais de 180 produtores cadastrados. “Toda a base do programa foi pensada em desenvolver o setor produtivo em todas as etapas, desde a produção, a organização dessa produção, o beneficiamento e a exportação desse produto. Apesar de ter sido aplicado há pouco tempo, tem nos mostrado grandes perspectivas de crescimento na região onde está sendo inserido”, disse.
Nakashima explicou o porquê de o projeto contemplar apenas a região Sul do Estado. “Eu estudo o plantio de açaí há seis anos e o que eu pude verificar, nesse período, é que o índice de chuva para os municípios mais próximos da região Sul é maior do que da Capital para cima. A produção dessa fruta se dá melhor com período de chuva e umidade alta, que é bem característico dos municípios da região. Por esse motivo é que o projeto tem como prioridade os municípios de Caroebe, São Luiz do Anauá e São João da Baliza”.
FUNCIONAMENTO – O engenheiro agrônomo explicou que o programa funciona com a linha de crédito ao produtor, que recebe um financiamento de R$10 mil. Esse valor é empregado na implantação de uma área de cultivo de três hectares, e cada produtor recebe 1.200 mudas de açaí.
Além disso, a empresa que presta assistência técnica e consultoria para projeto, além de repassar ao agricultor mais 700 sementes da fruta, dando a possibilidade de ampliar a área de produção para mais dois hectares. “Isso significa que o produtor que aplica três hectares ganhará mais sementes para ampliar a área em dois hectares, somando cinco hectares na sua propriedade”, explicou.
Nakashima disse que o pagamento do crédito é feito em um prazo de cinco anos. “São três anos de carência, porque a cultura do açaí passa a ser produtiva a partir do terceiro ano e se estabiliza no quarto e quinto ano. Então, o agricultor tem três anos de carência e dois anos para efetivar o pagamento. Isso significa dizer que, além da renda da banana, já que esse projeto é um consórcio de plantação casada, o produtor vai passar a ter uma renda a mais com a venda do açaí”, frisou.
Segundo ele, o produtor financiado assina um contrato de reciprocidade, em que ele será incluído em uma lista de possibilidade de possíveis vendedores que abastecerão a fábrica que será implantada futuramente.
Para ingressar no programa o agricultor deve ir até a sede da Aferr, que funciona na Rua Alferes Paulo Saldanha, Centro, para preencher a ficha cadastral do programa. O cadastro passa por uma série de análise dos órgãos de proteção do crédito. Todos os que estão sendo financiados pelo projeto passam por um crivo especificamente técnico.
Dos R$10 mil de investimento, o agricultor recebe R$1 mil para o pagamento da mão de obra para a limpeza da área de produção, enquanto os R$9 mil restantes são repassados para as empresas que estão fornecendo as mudas, o adubo, o fertilizante e ainda para a empresa que ficará responsável pela assistência técnica. (M.L)
Cotidiano