O presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcelo Xavier, afirmou nesta terça-feira (12) que a crise venezuelana piorou o conflito entre indígenas e garimpeiros na Terra Indígena Yanomami, que compreende Roraima e Amazonas.
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“As pessoas que estavam trabalhando [na Venezuela] com petróleo, tiveram a migração pra essa atividade mineral, no Sul do estado, no rio Orinoco, inclusive, liberado por seu Maduro e que, juntamente com problema que já existe naquela região [Yanomami] há mais de 30 anos, criou-se uma ebulição social”, declarou à rádio Jovem Pan.
Xavier acredita que há duas vítimas no conflito: os indígenas aliciados, devido à ausência de política pública adequada e ao fracasso da política indígena nos últimos 30 anos; e os garimpeiros, que se aproveitam desse vácuo para explorar minérios, trabalhando em condições insalubres.
Ele defendeu a regulamentação do garimpo e o etnodesenvolvimento entre as soluções para o conflito e garantir mais dignidade para os indígenas “É uma gama de possibilidades, desde piscicultura, artesanato, coleta de castanha, atividade agrossilvipastoril como um todo”, disse, em referência aos povos indígenas.
Marcelo Xavier disse o indígena “é plenamente capaz de escolher os seus rumos”, ao falar da possibilidade das comunidades que desejam ou não o incentivo à exploração mineral. Ele culpou, ainda, o trabalho da maioria das Organizações Não-Governamentais (ONGs) internacionais pela miséria na Terra Indígena Yanomami.
Xavier critica Acampamento Terra Livre
O presidente da Funai criticou, ainda, o Acampamento Terra Livre, a quem chamou de “festa ideológica partidária”. Ele afirmou que a organização do mobilização indígena nacional realizada desde 4 de abril, não representa todas as etnias brasileiras. “O que a Funai tem procurado é conversar com os indígenas, pra que eles escolham os rumos que decidem tomar”, enfatizou.