Uma denúncia feita à FolhaBV apontou que a Prefeitura Municipal de Mucajaí teria tentado favorecer uma empresa na licitação de pavimentação e calçamento das ruas do município, cuja obra é avaliada em mais de R$ 2 milhões. O representante de uma empresa do ramo de construção civil, Carlos Filho, afirmou que a Comissão Permanente de Licitação (CPL) do órgão teria armado uma situação para impedir que outros licitantes pudessem participar da seleção.
Segundo Carlos, no edital constava que os licitantes deveriam apresentar as propostas à CPL às 7h30 desta terça-feira (19). No local antes do horário previsto, ele afirmou que a porta do setor estava trancada, então ele e os representantes de outras empresas aguardaram por alguns minutos até que alguém abrisse a porta, o que aconteceu só depois do horário agendado.
“Eu cheguei na prefeitura às 7h13 e fiquei esperando o setor abrir. Quando deu 7h32, um funcionário saiu do carro e abriu a porta. Nisso, eu e outra representante tentamos entrar, mas, para a nossa surpresa, já tinham duas pessoas na sala. O responsável pela licitação e o representante de uma outra empresa, que contestou que eu não poderia entrar por causa do horário. A gente explicou que a porta estava trancada, mas o funcionário disse que ele não podia fazer nada. Foi uma armação escancarada para favorecer o representante que já estava lá dentro”, relatou Carlos.
Após o ocorrido, o denunciante registrou um Boletim de Ocorrência na delegacia do município. “Nessa situação, prejudicaram eu e outra colega, pois fomos impedidos de participar da licitação. Foi um ação ilícita”, disse.
Outro lado
Procurada pela reportagem, a prefeita de Mucajaí, Eronildes Gonçalves, conhecida como Nega (Solidariedade), afirmou que foi informada pelos funcionários da CPL que o representante da empresa chegou atrasado e “quis tumultuar”.
“Foi registrado em ata e tem duas empresas participando dentro das normalidades, pois prezamos pela transparência e pontualidade. Infelizmente, podemos falar o que queremos e porque ele [denunciante] não quis assinar a ata”, pontuou.