Cotidiano

Praias públicas esvaziam após ataques de piranhas a banhistas

Poucos frequentadores que foram em busca de sol e lazer no feriado não entraram na água, mas alguns preferiam arriscar

O boa-vistense costuma aproveitar o feriado nas praias que rodeiam a Capital. Só que ontem, no Dia de Finados, a realidade vista foi bem diferente do habitual. Depois das notícias de piranhas que atacaram banhistas nas praias localizadas nos bairros Paraviana, zona Norte, e Caçari, zona Leste, a quantidade de pessoas que foram aproveitar o dia de folga foi bem menor do que o registrado em outros feriados. Placas fixadas na areia alertam sobre os riscos de ataques.

Pela manhã, na praia do Caçari, havia apenas uma pessoa na água enquanto os outros poucos frequentadores aproveitavam o local para tomar sol ou praticar atividades e entretenimento ao ar livre, como foi o caso de Marcelo Camacho, que estava fotografando pássaros. “Às vezes, quando venho aqui, aproveito para tomar banho, mas hoje não arriscaria por causa das notícias dos ataques de piranhas”, comentou o frequentador do balneário.

O único que se arriscou a entrar na água foi o aposentado Osmar Gomes Jacinto. Confiante de que não seria atacado pelos peixes, disse que sempre toma banho nas águas da praia do Caçari e que situações como essa não acontecem com frequência. “Não me preocupo, inclusive tomo banho sozinho”, disse.

Diferente dele, a monitora de qualidade de São Paulo, Priscila Alves, que está de férias em Boa Vista e aproveitava a praia, preferiu permanecer fora da água. “Sempre ouvi falar desses rios maravilhosos, mas quando me deparei com a placa que alerta sobre a possibilidade de ataques de piranhas, acabei optando por apenas tomar sol. É uma pena, mas prefiro não arriscar”, disse a turista.

A Defesa Civil vem realizando monitoramento para saber o motivo dos ataques e anunciou a possibilidade de interdição das praias. Desde a semana passada foram registrados 18 casos.

Na praia da Polar e no bairro Paraviana, o movimento era um pouco maior, mas nada comparado com a quantidade de frequentadores vista em outros feriados e fins de semana antes das notícias dos ataques. Diferente da praia do Caçari, onde não havia ninguém na longa faixa de areia, era possível ver alguns banhistas caminhado e tomando sol.

Apenas um grupo de cinco pessoas preferiu ficar na água. Entre eles estava o frequentador Douglas de Souza. “Estamos no habitat das piranhas e outros peixes, então, ataques podem acontecer, mas não significa que ocorrerão a todo momento”, comentou ao retornar para a água numa parte rasa do rio, onde o grupo pôs cadeiras e um guarda-sol para aproveitar o dia.

Vendedores são prejudicados

Os comerciantes que atuam nas praias onde os ataques de piranhas ocorreram disseram que a queda na quantidade de frequentadores impactou diretamente nas vendas dos estabelecimentos que comercializam bebidas e alimentos.

“A queda foi de 30% apenas nestes últimos dias”, lamentou Gilmar Melo, que é proprietário de um restaurante que fica na praia da Polar, no bairro Paraviana. “Os banhos são uma tradição em Roraima e fazem parte da cultura do povo. Esse lazer não pode ser prejudicado dessa forma por alguns ataques, pois em todo rio têm piranhas”, comentou Melo. (A.D)

Piranha é um peixe carnívoro que tritura presa rapidamente

As piranhas são peixes carnívoros de água doce e são muito ágeis, capazes de destruir um pedaço de carne em segundos. Isto porque possuem dentes extremamente afiados, o que facilita triturar sua presa rapidamente. São predadores que se alimentam de outros pequenos peixes, moluscos, crustáceos, répteis (filhotes de sucuri), carcaças deixadas por animais maiores como as ariranhas e qualquer animal que caia dentro d’água onde elas habitam. São capazes de notar uma gota de sangue em 200 litros de água e percebem as vibrações dos animais feridos facilmente.

A palavra “piranha” é derivada da linguagem dos índios Tupis, nativos do Brasil. Ela é a junção da palavra tupi pira, ou “peixe” e ranha, que significa “dente”. A maioria pesa cerca de 250 gramas e atingem um comprimento aproximado de 25 centímetros. Caracterizam-se por serem peixes de corpo chato em forma de disco, cabeça achatada frontalmente, boca rasgada para região posterior da cabeça e semiaberta, deixando visíveis seus dentes triangulares, laminares e aguçados, cuja função é a de cortar e dilacerar.

As cores e formas das barbatanas variam em cada espécie. A piranha vermelha (Pygocentrus nattereri) é a espécie mais agressiva. Isto porque suas mandíbulas são mais fortes e os seus dentes mais acentuados. A próxima espécie mais agressiva é a piranha negra (Serrasalmus rhombeus), que geralmente é maior que a espécie anterior.

Estes peixes costumam atacar suas presas em grupos e conseguem devorar um animal de grande porte, como uma vaca, em segundos. O motivo pelo qual as piranhas conseguem devorar com tanta rapidez é pelo fato de que elas não mastigam. Quando atacam em grupo, cada piranha arranca um pedaço e se revezam continuamente.

Assim como todos os predadores, as piranhas são importantes para o equilíbrio ecológico do ambiente. Atuam positivamente na limpeza das águas, pois devoram carcaças que, de outra forma, apodreceriam nos rios.

As tribos indígenas da Amazônia utilizam-se dos dentes afiados das piranhas, para confecção de pontas de flechas. Por ser um peixe que está sempre à procura de carne, é muito fácil de ser capturada.  Pescadores, quando querem capturar piranhas, colocam pedaços de carne com sangue na água, que é o principal atrativo para elas. (Fonte: http://www.infoescola.com – Marina Martinez)

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