Cotidiano

Poder Público e entidades civis discutem sobre a Terceira Idade

Conselhos debateram lei de prioridade em filas, conscientização familiar e escolar, entre outros

Os desafios das políticas públicas para os idosos de Roraima foram debatidos na manhã de ontem no Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa (CMDPI), dentro do Parque Anauá.

Também estiveram presentes representantes do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Idosa, da classe política e de entidades da sociedade civil.

Ao final, participantes e a população foram convidados para debates sobre o assunto na Setrabes, no dia 18 de abril. 

O primeiro tema foi a Lei 1.738, aprovada em novembro de 2016 pela Prefeitura e que garante que idosos tenham preferência em qualquer fila de atendimento.

Na opinião da conselheira estadual dos direitos da pessoa idosa, Leila Magalhães, uma campanha massiva de divulgação é necessária para que a população saiba que possui este direito.

A Procuradoria Geral do Município ajudaria a moldar a iniciativa, mas até o momento não respondeu ao contato dos dois Conselhos. Em duas semanas, os órgãos entrarão em contato novamente com a Procuradoria.

“Não houve movimento da Prefeitura quanto a isso, então como é que os idosos vão saber que ela existe?”, questionou Leila Magalhães.

INTEGRAÇÃO – Ao abordarem a vulnerabilidade social, tanto Leila Magalhães quanto a conselheira municipal dos diretos da pessoa idosa, Lindivalda Feitosa, defenderam que o trabalho integrado do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) é vital para o mapeamento de idosos em situação de vulnerabilidade.

Hoje, todos os municípios de Roraima possuem CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) e CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), que entrevistam e visitam idosos e suas famílias e os encaminham a setores como o Ministério Público, quando seus direitos estão sendo violados.

Só em Boa Vista são um CREAS e sete CRAS. Deste último grupo, três atendem a zona rural (são os dos bairros Pintolândia, São Francisco e União).

As unidades básicas de saúde deveriam, nas visitas feitas pelos seus agentes, auxiliar na localização e acompanhamento diário de pessoas com mais de 60 anos. Até porque, os agentes de saúde atuam em praticamente todo o Estado, incluindo nas áreas rurais.

“A Prefeitura deu carta branca para colocar mais funcionários no CREAS e construir três CRAS. Ao invés disso, sugerimos construir espaços em que pessoas com mais de 60 anos possam passar o dia, voltando para suas casas somente para dormir. Assim, se evitarão conflitos dentro de suas casas”, disse Leila Magalhães.

Lindivalda Feitosa sugeriu que cursos para cuidadores de idosos, principalmente cuidadores domiciliares, devam ser cobrados.

“Em Roraima, só existe curso para a área no Sistema ‘S’, que é pago. Deveria existir um gratuito, público”, opinou Lindivalda Feitosa. O representante do Sesc, Aldevan Dias, emendou que o sistema ‘S’ pesquisa palestrantes para ensinar o assunto gratuitamente.

A pauta foi finalizada com um convite para uma reunião prevista para o próximo dia 18, no auditório da Secretaria de Bem-Estar Social (Setrabes), para conselheiros e gestores do SUS e do SUAS, mas que é aberta à população.

EDUCAÇÃO – O I Seminário sobre Envelhecimento Humano, idealizado pelo Conselho Municipal para que professores da rede pública trouxessem o tema para dentro das escolas através de atividades, até o momento da reunião dependia de patrocínio para que houvesse um prêmio para o melhor trabalho.

Lindivalda Feitosa anunciou que mesmo sem o patrocínio, será possível realizar o I Seminário com a participação de sete escolas municipais. Cada uma será apadrinhada por um conselheiro municipal, que tirará dúvidas e ajudará com as palestras.

Todos os presentes na reunião de ontem concordaram em mobilizar pessoas de diversas áreas para tratar de temas como a terceira idade no meio rural, a previdência social e os cuidados com pessoas de mais de 60 anos de idade.

Feitosa disse que trabalha para que o melhor professor possa ser levado com todos os custos pagos para o V Congresso Internacional de Envelhecimento Humano, que será em novembro na cidade de Maceió.