Mais uma pista clandestina utilizada por garimpeiros foi destruída na Terra Indígena Yanomami (TIY). A estrutura conhecida como “Espadim” foi inutilizada por tropas do Comando Operacional Conjunto Catrimani II durante ação realizada entre os dias 18 e 20 de julho. Na mesma operação, cinco dragas usadas para extração ilegal de minérios foram neutralizadas no Rio Uraricoera.
Conforme o Comando, a “Espadim” é a quarta pista de pouso destruída em menos de dois meses. Antes dela, as estruturas de “Mucuim”, “Cascalho Novo” e “Rangel” também foram desativadas pelas forças militares. Essas pistas são fundamentais para a logística do garimpo ilegal, pois viabilizam o transporte rápido de insumos, equipamentos e pessoas por meio de pequenas aeronaves.
A ofensiva foi conduzida por militares do Exército Brasileiro, transportados em aeronave UH-15 “Super Cougar” da Marinha do Brasil até o Destacamento Especial de Fronteira (DEF) de Waikás. De lá, as equipes seguiram por mais de 90 quilômetros em vasculhamento fluvial pelo Rio Uraricoera, até localizar as dragas.
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As embarcações funcionavam com sistema de sucção e separação de sedimentos para extração de ouro. O processo costuma envolver o uso de mercúrio, que contamina os rios e afeta diretamente a saúde das populações indígenas e o equilíbrio ambiental da região.
Base militar permanente
Localizado às margens do Rio Uraricoera, o Destacamento Especial de Fronteira de Waikás foi instalado em janeiro de 2025 como parte da estratégia de combate ao garimpo ilegal. A base abriga 30 militares em atuação contínua e pode receber até 20 agentes de outros órgãos governamentais.
Além de ampliar o controle sobre rotas de escoamento do minério extraído ilegalmente, a presença militar permite a execução de ações de inteligência e monitoramento, além de garantir suporte logístico para missões na região norte da TI Yanomami.
As ações fazem parte da Operação Catrimani II, coordenada entre Forças Armadas, agências e órgãos de segurança pública, com apoio da Casa de Governo em Roraima. A operação segue as diretrizes da Portaria GM-MD nº 5.831, de 20 de dezembro de 2024, e tem como foco o enfrentamento ao garimpo ilegal, aos crimes ambientais e aos ilícitos transfronteiriços.