Cotidiano

Pesquisa CNT 2017 mostra que 79,5% das rodovias de Roraima estão ruins

A 21ª Pesquisa CNT de Rodovias avaliou características, deficiências e necessidades de melhoria da infraestrutura das rodovias pavimentadas

Pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) mostra que Roraima apresenta 79,5% das rodovias estaduais e federais com algum tipo de deficiência. A 21ª Pesquisa CNT de Rodovias tem por objetivo avaliar as características, deficiências e necessidades de melhoria da infraestrutura das rodovias pavimentadas do país. O estudo está publicado no site www.pesquisarodovias.cnt.org.br. 

Para fazer o levantamento foram percorridos 1.005 km das rodovias no Estado, dos quais 79,5% (799 km), da extensão avaliada, apresentaram algum tipo de deficiência, classificados como regular, ruim ou péssimo, enquanto que 20,5% (206 km) tiveram classificação ótimo ou bom. Em todo o Brasil, foram 105.814 km analisados.

Os resultados do estudo também classificam a qualidade da pavimentação como regular, ruim ou péssimo em 50,7% da extensão avaliada em Roraima. Outros 49,3% foram considerados ótimo ou bom e 64,4% dos 799 km analisados apresentam a superfície com a pavimentação desgastada.

Conforme os dados, inúmeros problemas de sinalização, como identificação visual, desgaste ou placas ilegíveis, são apontados em 74,6% das rodovias. Também foi constatado que 85,7% da extensão pesquisada não têm condições satisfatórias de geometria.

Nos quesitos pavimentação e sinalização, as BR-174 (que corta o Estado de norte a sul, da Venezuela ao Amazonas) e BR-432 (do Município Cantá ao Km 500 da BR-174 sul) foram consideradas regulares, enquanto BR-210 (que interliga os municípios do sul do Estado) foi apontada com pavimento em bom estado e sinalização regular. Já a BR-401 (que dá acesso à Guiana, a leste do Estado) destacou-se com boa pavimentação, porém, sua sinalização foi destacada como ruim. No estado geral, todas foram classificadas como regulares.

Conforme a CNT, além dos pontos críticos que apresentam riscos ao condutor ao trafegar as rodovias, a baixa qualidade nas extensões analisadas acarreta em mais custos operacionais no transporte rodoviário e impacto ao meio ambiente. O acréscimo do custo operacional por conta das condições do pavimento chega a 25,0% no transporte rodoviário.

A CNT estima que, para as ações emergenciais de reconstrução e restauração das vias, com a implementação de sinalização adequada, seriam necessários R$ 224,71 milhões e, para a manutenção de trechos classificados como desgastados, seriam necessários R$ 199,28 milhões.

CNT – Segundo a Confederação Nacional dos Transportes, os dados foram organizados a partir de uma apuração balizada por rigorosos critérios técnicos, permitindo uma visão completa e segura das condições das rodovias brasileiras. “São informações fundamentais não apenas para auxiliar os transportadores na utilização de rotas mais rápidas, seguras e econômicas, mas também se configuram como um relevante instrumento para a elaboração de políticas públicas voltadas para a melhoria dos sistemas logísticos do país”, informou.

DNIT – Em outubro de 2017 o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) divulgou um estudo que mostra o Estado em 3º lugar no ranking nacional, com 82% das estradas em boas condições e com 19% das estradas de Roraima conservadas e pavimentadas.

Por meio de nota, o Dnit alegou que a pesquisa da CNT foi realizada em 2016 e que em 2017 foram realizadas muitas intervenções nas rodovias de Roraima, como a restauração da BR-174 no sentido de Pacaraima e no sentido do Amazonas, além da BR-401. Na BR-210, no trecho de Novo Paraíso a São João da Baliza, está sendo restaurado, porém, através de Termo de Compromisso com o Governo do Estado de Roraima. Especificamente nos 6 km da BR-210 citados na avaliação, estes deverão ser realizados ainda este ano. Afirmou que vem cobrando quase que diariamente da Secretaria de Infra Estrutura (Seinf) a conclusão dos serviços.

Ainda sobre a pesquisa da CNT, o Dnit frisou que o levantamento leva em consideração o traçado da rodovia, que é a geometria da via, que na avaliação foi a situação mais desfavorável para o estudo. “A pesquisa não leva a geometria em consideração, somente as condições do pavimento da rodovia. Nesse quesito, também a pesquisa está na sua maioria em situação ótima, boa ou regular, sendo compatível com a pesquisa do Dnit realizada em 2017. Outro fator que a CNT leva em consideração é a sinalização. Este fator o DNIT também avalia, porém, em 2016, a situação era mais crítica e, com o programa do BR-Legal (programa de sinalização em rodovias federais), que deu início em 2017, hoje a situação já é bem melhor”, destacou. (E.M)

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