Pediatra explica como evitar problemas durante a amamentação

Recentemente o caso de dois bebês que foram salvos pelo Corpo de Bombeiros de Roraima, após os pais entrarem em contato pelo 193 que é o número de emergência da instituição, chamou a atenção da sociedade. Os pais relatavam por telefone que as crianças apresentavam complicações durante a amamentação e pareciam estar se afogando com o líquido e com dificuldades na respiração.

Para orientar os pais e mães sobre como agir e tentar evitar casos como estes, a reportagem da FolhaWeb,  conversou com a pediatra e especialista em neonatologia, Ana Carolina Brito.  

Ela explicou que o processo de alimentação dos recém-nascidos precisa de alguns cuidados incialmente.

“As mães devem estar muito atentas e já durante a gravidez, buscar e saber como os bebês se comportam, pois muitas vezes essas informações só são adquiridas após o nascimento”, afirmou.

O pré-natal também é fundamental segundo a especialista. “Já no terceiro trimestre  a mãe precisa estar preparada para o que vai acontecer durante o parto, saber como o neném se   comporta com relação a amamentação, ao sono”, explicou.

Toda essa preparação conforme explicou a pediatra, são para que as famílias fiquem  orientadas e possam evitar casos de acidentes domésticos.  

Em detalhes ela afirmou que nos primeiros meses as crianças mamam em um período de demanda livre, conforme Ana e isso requer atenção principalmente quando o bebe termina de se alimentar.

“O leite é líquido e com isso é muito fácil de acontecer a saída dele pelo estômago, subindo até a boca e muitas vezes causando engasgos e sufocamentos. Sempre que acabar  o aleitamento materno o bebê precisa arrotar, é muito importante  para evitar que o conteúdo do estômago volte em grande velocidade e com isso causar transtornos respiratórios ou até ocorrências mais graves”, completou, ao acrescentar que a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que a  posição mais segura para os bebês dormirem é de barriga para cima, com uma leva inclinação de 30 graus.

A história 

Segundo informado pelos pais, os bebês apresentavam complicações durante a amamentação e pareciam estar se afogando com o líquido e com dificuldades de respiração.

O plantonista da COCB, soldado bombeiro Gabriel Oliveira, acionou a ambulância do Resgate Urbano a Acidentados (RUA) e repassou, por telefone, orientações com as técnicas de socorro para os pais dos recém-nascidos. Essa ação foi fundamental para a sobrevivência das crianças até a chegada da unidade de resgate aos endereços delas.

No primeiro atendimento, o pai de um bebê de dois meses estava desesperado e informou que a criança tinha dificuldade para respirar. O atendente o tranquilizou e orientou a manter calma. Depois, conduziu todos os procedimentos, direcionando passo a passo a aplicação das técnicas usadas para a desobstrução das vias aéreas em recém-nascidos.

O choro do bebê foi ouvido pelo bombeiro logo em seguida, indicando o sucesso da ação. A unidade de resgate chegou ao local em quatro minutos e levou a criança à maternidade, para atendimento médico especializado.

A segunda criança a ser atendida tem apenas 18 dias de nascimento. Ela se engasgou no momento da amamentação. O caso exigiu atenção especial. As orientações para salvamento foram repassadas para a mãe do recém-nascido. Com o choro do bebê, o soldado constatou êxito também neste caso. Mãe e filho receberam ainda apoio da equipe da ambulância do Resgate Urbano, que retornava da primeira ocorrência.