Cotidiano

Pecuarista faz alerta para incêndios criminosos no Amajarí

RODRIGO SANTANA

Editoria de Cidades

Embora tenha sido anunciado recentemente, o decreto presidencial proibindo as queimadas em período seco na Amazônia Legal, aqui em Roraima continuam ocorrendo incêndios em localidades rurais de Boa Vista. O pecuarista João Batista de Melo, que tem uma fazenda na região do Amajarí, procurou a Folha para denunciar que moradores de comunidades indígenas próximas a sua propriedade estariam ateando fogo indiscriminadamente no local.

“Por diversas vezes, tenho me deparado com essa situação dos indígenas atearem fogo no ‘mato’, que se espalha, podendo causar grandes prejuízos. Felizmente, ainda não estamos no período de verão, mas precisamos chamar a atenção da sociedade para que não sejamos pegos de surpresa com um grande incêndio”, alertou.

O mais recente caso registrado foi no mês de fevereiro deste ano, no município do Amajarí, ao norte do Estado. O fato serviu de alerta para as autoridades responsáveis por combater esse tipo de crime ambiental, comum em território roraimense.

Questionado sobre quais as providências que tomou para que os incêndios fossem evitados próximos a sua fazenda, o pecuarista disse que não sabe como agir diante do problema por se tratar de uma situação envolvendo comunidades da região.

“Não estou aqui para criar problemas como os indígenas, mas para alertar sobre os riscos e prejuízos que um foco de incêndio pode causar a todos nós que moramos aqui. É preciso uma fiscalização mais efetiva, para que haja uma prevenção contra as queimadas”, enfatizou.

CIR – O vice coordenador do Conselho Indígena de Roraima (CIR), Edinho Batista de Souza, contestou a denúncia feita pelo pecuarista. “Enquanto organização indígena temos feito o papel de sensibilização das comunidades para evitarem atear fogo indiscriminadamente. Caso isso aconteça, e seja comprovado de fato, qualquer pessoa pode formalizar uma denúncia junto ao Conselho, ou até mesmo comunicar ao tuxaua da comunidade em questão”, alertou.

DEFESA CIVIL – A reportagem da Folha entrou em contato com a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil de Roraima (CEPDC-RR) que, por meio de nota, informou que foram realizados no Amajarí um total de 76 combates a incêndios florestais entre fevereiro (35); março (19) e abril (22). Esclareceu que, com relação aos focos de calor registrados desde o início do ano, foram verificados, através dos satélites de referência do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), 210 focos de calor nesse município.

Informou ainda que a maioria dos focos de calor foi registrado nos quatro primeiros meses de 2019, sendo que em janeiro foram 33; fevereiro 43; março 106;  abril 25. Em maio foram registros apenas 3 focos de calor e que não ocorreram registros nos meses de junho e julho.

A Defesa Civil orienta à população que verificar ou tiver suspeita da realização de queima de forma ilegal pode denunciar presencialmente na Defesa Civil Estadual por meio do 199 ou ainda procurar as prefeituras ou Defesa Civis dos municípios.