Boa Vista possui diversos terrenos que não são utilizados pelos donos e acabam se tornando um perigo para a vizinhança em razão de doenças e bichos. O casal Jasmine e Max Schmoller, moradores do bairro Cinturão Verde, zona Oeste da cidade, eram vizinhos dessa realidade até pouco tempo atrás. Contudo, após notar que o terreno vendido por eles estava abandonado, o casal decidiu ampliar uma atividade que já realizavam em casa: o plantio.
No terreno baldio localizado aos fundos da casa, vendido por Max a um amigo, o casal começou a ampliar as plantações que já realizam há cerca de um ano no canteiro de casa. Após a limpeza e preparo da terra, o casal deu início à plantação de banana, feijão, macaxeira, melão, cana de açúcar, erva cidreira e capim santo. Até o processo de irrigação foi pensado e implantado pelos dois.
“A gente nunca sabia a hora que o dono iria querer construir porque ele nunca fez nada aqui”, explicou Jasmine. Cientes de que o responsável poderia aparecer a qualquer momento, o casal não utilizou o espaço do meio, que dá acesso ao portão. O caminho até o fundo do terreno é suficiente para um veículo descarregar qualquer tipo de material de construção sem afetar a produção.
Jasmine explicou que a ideia surgiu quando o casal visitou parentes no Paraná, Sul do país. Ela explicou que, em todas as cidades que visitaram, observaram que os terrenos abandonados eram utilizados para plantação de milho, feijão e soja. “Eles aproveitam o espaço de terra e quisemos fazer o mesmo. Estamos a quase seis meses utilizando o terreno e já usufruímos do que plantamos”, disse.
Para a irrigação, Jasmine informou que são utilizados dois canos de irrigação para as duas fileiras. Os canos recebem a água que vem direto da mangueira. A equipe de reportagem da Folha foi ao local e constatou a construção criativa. Jasmine disse que faz pesquisas na internet para poder realizar tudo o que sonha na hora da plantação.
As famílias do casal sempre tiveram pequenas plantações em casa. Ela, natural do Pará, e ele, natural do Paraná. O pai de Max também era dono de uma fazenda no município de Caroebe, na região Sul de Roraima. “Eu sempre quis ter planta em casa. Ganhei planta de uma amiga, aí comecei a comprar outras e hoje até troco com os vizinhos”, ressaltou.
ECONOMIA – Com o processo de plantio, Jasmine diz economizar na hora das compras e aconselha outras pessoas a realizarem o mesmo processo. “É uma boa, porque se você for ao mercado, é mais caro. Cinco folhas de couve é R$1,00. Apesar de alguns serem mais difíceis, só para ter em casa já vale a pena. É muito fácil plantar couve e alface. É uma boa economia e a gente tem uma alimentação bem balanceada, consumimos muito legume e verdura. Vou pesquisar agora como plantar batata, que é o que mais consumimos e não temos ainda”, frisou
CANTEIRO – Jasmine Schmoller explicou que, antes de passar o plantio ao terreno maior, faz testes no canteiro que implantaram no terreno da própria casa há cerca de um ano. Só foram necessárias tábuas velhas, tinta e disposição para construir o espaço que hoje possui tomate, couve, alface, manjericão, pimenta, maracujá, amora, cheiro verde, salsa e plantas medicinais.
Ela ressaltou que o tomate é o mais difícil de plantar em razão dos bichos. Para a eliminação foram aconselhados pelo amigo produtor a utilizar óleo mineral e fumo em borrifador. “Todos os dias temos que olhar para conferir se não tem bicho”, disse. Com a plantação aumentando e o espaço ficando pequeno, o casal pretende comprar um terreno maior e fazer um pomar. (A.G.G)