Cotidiano

Paciente psiquiátrica foge do HGR após suposta negligência

A mulher teria fugido após o psiquiatra de plantão não ter ido ao Hospital receitar a medicação correta para a paciente

Uma paciente psiquiátrica que é professora da rede municipal e estadual de ensino, que deu entrada no Hospital Geral de Roraima (HGR) no dia 1º de janeiro, conseguiu fugir da unidade hospitalar após supostamente ter sido desassistida por equipe médica. A informação foi repassada por uma amiga da professora à Equipe da FolhaBV.

Segundo a denúncia, a paciente deu entrada após um surto psiquiátrico, e que o médico psiquiatra que deveria estar de plantão naquele dia, levaria de 3 a 4 horas para chegar até a unidade, por isso os enfermeiros teriam aplicado uma medicação na paciente para ela dormir.

“No entanto, o medicamento não surtiu efeito e ela fugiu do HGR, tendo sido encontrada pelo filho, vagando pelas ruas. Ninguém demonstrou preocupação, o médico não chegou a ir ao hospital, além da unidade não ter condições de atender a esse tipo de pacientes.”, relata.

A denunciante conta que após perceberem o sumiço da paciente, a unidade entrou em contato com o médico, porém não obtiveram retorno e a equipe de enfermagem não teria como fazer nada.

“Ninguém soube informar sobre a paciente, o médico começou a ligar e chamar o psiquiatra, que não o atendeu. A enfermeira disse que não podia fazer nada. Ligaram para o filho dela que tinha ido pegar uns lençóis em casa, quando o ocorrido foi relatado ele se desesperou e saiu nas ruas procurando por sua mãe’, explica.

Segundo informações, a mulher foi encontrada próximo ao HGR sobre os efeitos dos medicamentos, que segundo a denúncia, eram fortes.

“Ele a encontrou andando seminua, correndo risco de um carro bater na mesma. O filho pediu ajuda pra um casal que passava na hora, e o ajudou a conter a paciente no local. O hospital em nenhum momento se mostrou preocupado”, comenta.

A amiga da professora denuncia a falta de segurança no principal Hospital do estado.

“As portarias não tem nenhuma segurança, qualquer um pode entrar e sair. Uma paciente que está sob responsabilidade do hospital não pode passar por isso. O hospital cheio de pacientes com todos os tipos de patologias e todos no mesmo ambiente. Nem se quer tem como a internada tomar um banho, porque não tem porta dentro do banheiro feminino. É um absurdo, isso não pode ficar assim”, expõe.

Segundo informações, a professora voltou para o HGR e o psiquiatra não apareceu pra ver a paciente. Ainda segundo o relato a situação psicológica da paciente vem se agravando, e ela tem apenas um familiar no estado, que é seu filho.

“Naquele dia, ela teve um surto psicológico muito sério, ela destruiu parte das paredes da casa em que mora, jogou o fogão e a geladeira na rua, o filho dela ligou para a polícia e para o Samu que a encaminhou para o HGR”, explica.

OUTRO LADO – A reportagem entrou em contato com o Governo do Estado que se manifestou por meio da seguinte nota:

A Secretaria de Saúde informa que a paciente foi assistida no HGR (Hospital Geral de Roraima Rubens de Souza Bento) e recebeu a atenção devida pela equipe multiprofissional do Hospital.

A direção da Unidade reforça que atua de acordo com as diretrizes do MS (Ministério da Saúde) sempre executando as boas práticas médicas, para que os pacientes sejam atendidos de forma digna e com qualidade.

Segundo a direção do HGR a paciente foi avaliada inicialmente pelo médico plantonista, e após a prescrição médica, foi administrada a medicação pela equipe de enfermagem.

É importante esclarecer que o HGR conta com diversos especialistas e está apto a atender a toda a demanda de saúde inclusive saúde mental. Nesse sentido o médico psiquiatra foi acionado, mas fica de sobreaviso e tem até 01 hora para responder ao chamado clínico.