Cotidiano

Ongs inauguram casas lares para crianças venezuelanas abandonadas

A partir desta quarta-feira, Roraima terá duas casas voltadas ao acolhimento de crianças e adolescentes venezuelanos. As casas lares provisórias ficarão nas cidades de Boa Vista e Pacaraima e contarão com uma equipe de psicólogos e assistentes sociais, responsáveis pelo acompanhamento e busca ativa dos familiares de cada criança e adolescente.

O objetivo é acolher e dar assistência às crianças e adolescentes venezuelanos desacompanhados dos pais ou responsáveis. O projeto é parceria da Aldeias Infantis SOS Brasil, com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). As casas lares provisórias iniciarão suas atividades nas cidades de Boa Vista, no dia 18 de dezembro, e Pacaraima, no dia 20, em Roraima, com 20 vagas no total.

As casas contarão com uma equipe de psicólogos e assistentes sociais que trabalharão no acompanhamento e busca ativa dos familiares de cada criança e adolescente encaminhados pela Vara da Infância das duas cidades. O acolhimento será acompanhado de ações para garantir o desenvolvimento e a inclusão desses menores nos serviços públicos dos municípios.

Desde 2017, mais de 200 mil venezuelanos já entraram no Brasil buscando refúgio. Dentre esses, quase 10 mil são crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade, de acordo com dados da Unicef. Um levantamento da Defensoria Pública da União (DPU) ainda aponta um cenário mais alarmante, onde, no período de 11 meses, de agosto de 2018 a junho de 2019, quase 400 crianças chegaram ao Brasil totalmente desacompanhadas.

“Esta ação nos possibilita levar nossas experiências e metodologia de trabalho para garantir os direitos dessas crianças e adolescentes”, afirma Sérgio Eduardo Marques, Sub-Gestor Nacional da Aldeias Infantis SOS Brasil.

A organização humanitária global, líder em cuidado infantil, já atua no acolhimento e assistência de famílias venezuelanas por meio do programa Brasil Sem Fronteiras, realizado em parceria com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). Desde 2017, cerca de 1,5 mil pessoas, sendo 700 crianças e adolescentes e 370 famílias, já receberam assistência da ONG no Brasil. O programa de interiorização da Aldeias Infantis atua no Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Rio Grande do Sul, além do Distrito Federal.