O nível do rio Branco, em Boa Vista, chegou a 5,57 metros de altura nesta quarta-feira (9). A marca é a maior registrada na mesma data em relação aos anos que antecederam as sete maiores cheias históricas do Estado. As informações são do boletim diário da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil, com base em dados da Agência Nacional de Águas (ANA).
O principal curso d’água de Roraima se encontra em “nível alto”, pontua a Defesa Civil. Para se ter uma ideia, a marca representa quase o dobro do segundo maior nível, de 3,54 metros, registrado um ano antes da cheia de 2011. Ademais, há exatamente um ano, o rio batia a marca de 2,78 metros, segundo maior nível.
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Nos primeiros oito dias de novembro, Boa Vista registrou chuvas que superaram a média normal (74,8 milímetros) para o mês, ao registrar 168,6 milímetros.
E o rio deve continuar subindo, embora esta época seja considerada período seco no Estado. É que o boletim endossou a previsão de mais chuvas para os próximos meses, devido à influência do fenômeno La Niña, responsável por esfriar, em larga escala, as temperaturas da superfície do Oceano Pacífico, e levar mais umidade e chuvas para regiões, como a amazônica.
“O comportamento oceânico indica a manutenção de anomalias negativas de TSM [Temperaturas da Superfície do Mar] no Pacífico Equatorial e, portanto, persistência do fenômeno La Niña. Enquanto no Atlântico Tropical espera-se que ainda predominem áreas anomalamente aquecidas, especialmente na área de monitoramento ao norte”, destacou.
“A tendência de continuar esse fenômeno é, aproximadamente, até fevereiro do ano que vem”, pontuou o meteorologista Ramon Alves, da Femarh (Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos).
O boletim expõe, ainda, dados do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) que indicam que poderá haver de baixa a média chuva acumulada nessa quinta-feira (10) em todo o Estado de Roraima, com maior intensidade na região Noroeste.
O documento resume que esse comportamento de altas chuvas, em 2022, vem acontecendo desde fevereiro, com exceção de junho. O destaque fica para outubro, em que a média ficou acima da normal climatológica em 71,8 milímetros.
