Cotidiano

Moradores reclamam de água de esgoto escorrendo pelas ruas 

Moradores de Caracaraí procuraram a Folha para denunciar as condições das principais ruas de comércio da cidade. Há mais de 20 dias, o esgoto transborda e a água contaminada por dejetos fecais escorre em frente a casas e estabelecimentos comerciais, ocasionando forte mau cheiro e risco de doenças graves.

Raimundo da Silva tem um comércio de eletrodomésticos na Rua Boa Vista há mais de 11 anos e conta que o problema já é recorrente. 

“O esgoto estoura, mandam alguém para olhar e depois de um tempo o problema se repete. Nós, que trabalhamos diretamente com pessoas, temos uma preocupação maior, porque os carros passam ‘espirrando’ água suja na calçada da minha loja,” disse Silva.

Oliver Ferreira também é morador de Caracaraí e confirmou o vazamento da água de esgoto em diferentes locais da cidade. 

“Muitas ruas estão com essa dificuldade, não é uma situação isolada. A cidade está com problemas na rede de esgoto, a população já entrou em contato com a prefeitura e a resposta é de que o veículo que faz o trabalho de sucção da rede de esgoto está quebrado em Boa Vista. Como é possível um veículo quebrado há mais de 20 dias?”, desabafou o morador.

O Ministério da Saúde alerta para as consequências do contato direto com a água de esgoto. Se o problema não for solucionado até as chuvas chegarem, moradores ficarão mais expostos à leptospirose, doença comum em enchentes, quando o ser humano tem contato direto com água contaminada pela urina de roedores, à cólera, devido às bactérias presentes na água suja e até hepatite A, doença desenvolvida por contato com fezes contaminadas.

A Folha entrou em contato com a Prefeitura de Caracaraí para esclarecer os motivos na demora em solucionar o problema na rede de esgoto da cidade e foi informada que a responsabilidade era do secretário de Obras, Francisco Valter, que, por sua vez, afirmou que não poderia responder pelo problema e que cabia à prefeitura eventuais esclarecimentos. Em novo contato com a prefeitura, a afirmação de que a responsabilidade é da Secretaria de Obras foi novamente ressaltada, mas Francisco Valter não atendeu mais às ligações.