Cotidiano

Moradores denunciam que caminhões-pipa não estão abastecendo residências

Caerr teria anunciado a contratação de veículos para levar água às residências como medida paliativa e emergencial, mas serviço ainda não foi disponibilizado

A única barragem de onde é retirada a água tratada e distribuída em Pacaraima, na região norte do Estado, secou por conta da falta de chuvas no município. Como medida paliativa e emergencial, a Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caerr) anunciou que teria contratado caminhões-pipa para fazer o abastecimento nas residências, mas os moradores denunciaram à Folha que os veículos ainda não passaram nas residências.

A estiagem no município já atinge de forma direta os moradores, que estão enfrentando racionamento de água. Depois de passar três dias sem nenhuma gota nas torneiras, a dona de casa Madalena Andrade teve apenas duas horas para encher a caixa d’água que fica no fundo do quintal de sua residência, localizada no bairro Vila Nova, região central, a poucos metros da sede da Prefeitura. “Tem pessoas que moram afastadas e passam de semanas sem ver água”, disse.

Ela, que mora em Pacaraima desde 1994, afirmou que todos os anos os moradores enfrentam a mesma situação sem que nada seja feito. “Se sabem dessa necessidade por que não tomam providências? Só vão fazer algo quando Deus mandar chuva e encher o reservatório de novo. A barragem todo ano seca e por que durante esse período não tomam providência e não ajeitam?”, questionou.

Conforme a moradora, após ter desligado o sistema de distribuição de água do município, a Caerr teria informado que os caminhões-pipa iriam abastecer as casas, o que não ocorreu. “Se um caminhão-pipa distribuindo água, no meu bairro não chegou. E quem tem sua caixa no fundo do quintal, como a minha? O caminhão não tem mangueira para distribuir água no meu sistema”, afirmou.

Uma das soluções encontradas por alguns moradores para não ficarem sem água foi contratar um serviço particular de distribuição, que cobra R$ 30,00 por 1.000 litros de água. “Tem famílias que estão sofrendo muito. Um senhor cobra R$ 30 reais para trazer 1.000 litros de água, mas não tem nada a ver com a Caerr. E as contas que todo mês chegam. No mês passado paguei R$ 186,00 de água, que não chega na minha residência”, reclamou Madalena.

OUTRO LADO – Em nota, a Caerr informou que a partir de segunda-feira, dia 2, haverá um reforço no trabalho de distribuição de água em Pacaraima, com o acréscimo de mais três caminhões-pipa para coleta da água bruta, que está sendo feita em um igarapé na Comunidade da Boca da Mata, distante 25 quilômetros da sede do município. “Com o início da operação desses veículos, o abastecimento será normalizado na cidade”, afirmou.