Cotidiano

Ministério da Saúde anuncia ajuda humanitária para Roraima

A decisão atende a uma solicitação feita pelo Governo do Estado. Pacaraima será a prioridade da ação

Por conta do aumento expressivo de refugiados venezuelanos nas unidades médicas do Estado, o Governo Federal anunciou o envio de medicamentos, materiais e insumos para atender às necessidades mais urgentes de saúde.

A decisão atende a uma solicitação feita pelo Governo de Roraima, pedido este que foi intermediado pela Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, do Ministério da Saúde (MS).

Segundo o MS, está prevista ainda a doação de uma ambulância totalmente equipada para o Estado, em especial para o município de Pacaraima, região Norte, que faz fronteira com o país vizinho.

Serão encaminhados ao município dois kits para atender às necessidades mais urgente de saúde. Cada conjunto é composto por 48 itens, o equivalente a meia tonelada de medicamentos, materiais e insumos suficientes para atender até 1.500 pacientes por até 30 dias. O foco principal são os casos de Atenção Básica.

O Ministério informou ainda que, em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) e Secretaria Municipal de Saúde de Pacaraima, está monitorando a situação no Estado e no município fronteiriço e, se for necessário, enviará nova ajuda à região.

Depois do pedido da Sesau, foi enviada uma equipe da Força Nacional da Saúde para o estado de Roraima no mês passado, para verificar a situação de urgência de saúde no município de Pacaraima.

A missão veio analisar a situação e estudar medidas para amenizar os problemas naquele município. Após dados preliminares da situação, ficou acordado o envio da ajuda, o que deve ocorrer nos próximos dias.

A crise na Venezuela fez de Roraima um dos principais destinos da população daquele País. Esta imigração fez crescer significativamente o número de atendimentos aos venezuelanos nas unidades de saúde roraimenses, sem que o Estado receba nenhum recurso financeiro em contrapartida.

Para se ter ideia, os acolhimentos realizados no primeiro semestre deste ano superaram a quantidade de atendimentos de todo o ano de 2015. Diante deste quadro, que tem interferido diretamente na qualidade da assistência em saúde prestada à população como um todo, a Sesau solicitou reuniões com o Ministério da Saúde, para que o Governo Federal ajudasse o Estado.

O secretário estadual de Saúde, César Penna, explicou que a superlotação nas unidades de saúde, agravada pelo atendimento a estrangeiros, tem causado uma insuficiência financeira no Estado para a cobertura total dos atendimentos da população como um todo.

“Além da falta de financiamento para cobertura dos atendimentos, esbarramos em questões como o ‘abandono’ de pacientes nos hospitais, dificuldades como a falta de documentação ou identificação inexistente, dificuldade de articulação com o Consulado Venezuelano no translado de corpos, risco de transmissão de doenças já erradicadas, além da ocupação de leitos por tempo prolongado, o que acaba refletindo no atendimento prestado à população como um todo”, disse.

 

ATENDIMENTOS

Nos sete primeiros meses do ano foram atendidos 3.200 venezuelanos no Hospital Délio de Oliveira Tupinambá, em Pacaraima, o que corresponde a 27% da população do município. A série história mostra que esta quantidade variava de 40 a 60 atendimentos nos últimos três anos, de acordo com informações do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). Mais de 90% das unidades de saúde do município estão localizadas dentro de áreas indígenas, o que direciona a demanda de estrangeiros para a sede.

Referência em atendimentos de média e alta complexidades, o Hospital Geral de Roraima (HGR) concentra o maior número de atendimentos. Nesta unidade, comparando-se todo o ano de 2015 ao primeiro semestre de 2016, houve um aumento de 102% no atendimento a esta população. Foram 544 venezuelanos atendidos no Pronto Atendimento Airton Rocha até junho deste ano, contra 531 acolhimentos em todo o ano passado. No total, houve 129.972 e 75.864 atendimentos, respectivamente, de pacientes de todo o Estado, países e Estados vizinhos.

No Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth (HMINSN), em agosto, o número de atendimentos de emergência já superavam os números do ano passado: foram 453 venezuelanas atendidas em 2015, com 308 internações; contra 478 atendimentos em 2016, com 275 internações.

Com informações do Governo do Estado

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