Viveiristas e brigadistas indígenas estão participando de oficinas que visam capacitar e apoiar a implementação dos Planos de Gestão Territorial e Ambiental das Terras Indígenas (PGTAs) em Boa Vista. O foco é discutir ações para combater queimadas e secas que afetam diretamente as comunidades em Roraima.
O evento, que iniciou ontem e segue até este sábado (28), aborda temas como cultivo de mudas de plantas nativas, medicina tradicional e reflorestamento. Também será elaborada uma cartilha de educação ambiental para prevenção de queimadas. Segundo o tuxaua geral do Conselho Indígena de Roraima (CIR), Edinho Batista, a capacitação garante planejamento estratégico.
“É fundamental a realização desse encontro, porque com pouco recursos fazemos grandes ações. Importante que haja um planejamento estratégico sábio e eficiente capaz de combater o efeito das mudanças climáticas”, ressaltou, ao dizer também que “é preciso trabalhar a educação ambiental para que as pessoas saibam garantir um ambiente de qualidade para os nossos filhos”.
Um dos pontos principais de discussão no primeiro dia de atividade são os viveiros de mudas de plantas nativas, construídos em comunidades indígenas a partir da implementação do Plano de Gestão Territorial e Ambiental das Terras Indígenas (PGTA). Já foram construídos 11 viveiros em seis regiões, como Wai-Wai, Amajari, Surumu, São Marcos, Serra da Lua e Raposa.
Queimadas no Brasil e preocupação em Roraima
O evento ocorre em um momento crítico, com queimadas e secas intensificando-se nos biomas brasileiros, especialmente na Amazônia. A realidade das comunidades indígenas com o período de seca já preocupa as lideranças indígenas, conforme o relato do tuxaua da comunidade indígena Taxi, Creife Menandro, da região Surumu, município de Pacaraima.
“O igarapé do taxi já está seco, isso é preocupante para nós. Tínhamos uma roça comunitária, tinha uma ⅕ hectares de maniva e nos preocupa porque está secando. Já nos preocupamos com a fonte de água para consumo, tanto para nós quanto para os animais, gado, cavalo e outros animais, que já sentem essa seca”, relatou o tuxaua.
A Oficina é promovida pelo departamento de Gestão Territorial, Ambiental e Mudanças Climáticas (DGTAMC) do Conselho Indígena de Roraima (CIR), com o apoio da USAID, Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), Operação Amazônia Nativa (OPAN), Instituto Terra Brasilies (ITB), assim como a Nia Tero, Fundo Casa, AICID e o Instituto Socioambiental (ISA).