ESTIAGEM

Guias e moradores de Tepequém são voluntários no combate aos incêndios da região

Nem todos os voluntários tem capacitação no combate ao fogo

Guias e moradores de Tepequém são voluntários no combate aos incêndios da região

Uma das primeiras áreas afetadas pelos incêndios de Amajari foi a Serra de Tepequém, a região já vinha sendo afetada pela estiagem com as cachoeiras, principais atrativos da serra, totalmente secas ou com a água corrente mais fraca. Moradores da Vila se voluntariaram na Brigada de Combate a Incêndios do município para controlar os danos causados pelas chamas.

O guia turístico e professor na vila, Sidney Veras, é um dos líderes do grupo voluntário. Ele relata que a iniciativa começou após perceberem que as equipes do Corpo de Bombeiros e da Brigada do município não conseguiriam estar em todas as áreas afetadas.

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Quando o fogo se alastrou pelo Platô de Tepequém, o grupo de 15 voluntários subiu para controlar as chamas, que chegaram próximas a Vila na Serra.

“A gente entende que tem áreas que são vidas, animais e pessoas estão sofrendo com o fogo e os bombeiros estão priorizando isso, né. Então a gente não esperou, a comunidade se organizou através dos guias e condutores, montamos uma brigada voluntária e tivemos alguns êxitos”, relatou o guia.

A equipe havia acabado de chegar da reserva ecológica na Instância do Sesc, uma área de preservação que estava sendo consumida pelo fogo. O grupo voluntário mobilizou alguns empresários da região que doaram lanches e alguns equipamentos de proteção para que eles possam atuar na contenção dos incêndios.

Nem todos os voluntários tem capacitação no combate ao fogo e essa é uma preocupação do grupo. Desde o ano passado, a associação de de guias e motoristas pede da prefeitura um curso de capacitação para brigadistas voluntários, já que o município não tem brigadistas o suficiente para lidar com as chamas que iniciaram em pequenas proporções há três meses, segundo Sidney.

“A gente tem um grupo de ex-brigadistas que estão sendo essenciais, mas evitamos levar os voluntários que não tem experiência para evitar qualquer tragédia. Mas é importante um cruso de brigadista para a população aqui da Serra”, relatou Sidney.

Em todo o Tepequém é possível identificar a fumaça no céu, os poços artesianos ainda não secaram totalmente mas a fumaça têm causado transtorno para os moradores que ja cogitaram evacuar a Vila do Tepequém.

James Batista é dono de um restaurante na Vila, ele relata que a estiagem diminuiu a economia na Serra, que é quase toda oriunda do turismo ecológico. Por conta da seca, as cachoeiras estão sem água corrente e os turistas estão cancelandos os pacotes agendados previamente.

“Ainda tem movimento, mas nosso lucro baixou por conta da baixa procura dos turistas. Faz cinco meses que não chove e por isso as cachoeiras estão secas. Mas graças a deus ainda tem um pouco de movimento durante a semana que ta mantendo as vendas”, explicou o empresário.

A Cachoeira do Paiva, um dos principais atrativos da Serra de Tepequém, está quase sem água corrente. Alguns turistas ainda tentam passear e banhar nas poças que se formaram mas a fumaça cobriu toda a beleza da vista dos paredões.

A reportagem questionou a prefeitura de Amajari sobre os prejuízos que o município tem sofrido por conta da seca, até o fechamento da reportagem não obtivemos resposta.

No último sábado, 17, equipes do Corpo de Bombeiros Militar de Roraima e do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) realizaram um sobrevoo de helicóptero. Ao todo, cinco equipes foram para as regiões de Tepequém e Trairão, onde os focos de incêndio se agravaram na última semana.

De acordo com o Governo de Roraima, a missão teve finalidade de identificar, mapear e buscar estratégias de mitigação e combate aos intensos incêndios que estão ocorrendo na localidade.