A Fundação Universitas de Estudos Amazônicos (FUEA) tem ganhado destaque na região ao gerir o Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA) e promover projetos de pesquisa, inovação e sustentabilidade. Com sede em Manaus, a instituição agora tem seus olhos voltados para Roraima, onde vê oportunidades estratégicas para o desenvolvimento ecônomico aliado à bioeconomia.
Segundo o diretor executivo da FUEA, Elias Moraes de Araújo, a missão da fundação é transformar o potencial natural da região em valor agregado, gerando renda e oportunidades para comunidades locais.
“Nosso papel é evitar o desperdício e criar alternativas. O caju, por exemplo, pode gerar mais de dez produtos diferentes, desde alimentos até bebidas e cosméticos. Queremos transformar commodities em produtos de valor agregado, fortalecendo a economia da Amazônia”, destacou.
Impactos e investimentos na pesquisa
Nos últimos anos, a FUEA consolidou parcerias com universidades, empresas e instituições públicas e privadas, tornando-se uma das maiores formentadoras de bolsas de pesquisas no país.
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“A FUEA talvez seja uma das fundações que mais pagam bolsas no Brasil. Só no ano passado foram mais de 11 mil bolsas, envolvendo estudantes, pesquisadores e docentes. Em sete anos, já investimos R$ 476 milhões em projetos com universidades e centros de pesquisa”, revelou Elias Moraes.
A fundação opera laboratórios de ponta nas áreas de produtos naturais, bioinsumos, biotecnologia vegetal, materiais e energia, além de iniciativas voltadas ao monitoramento da qualidade do ar e da água na Amazônia.
Entre os projetos mais recentes, estão nas pesquisas para aproveitar o resíduo do açaí e da castanha, transformando-o em insumos para a indústrias de alimentos, cosméticos e fármacos.
Por que Roraima?
Questionado sobre os motivos que levaram a FUEA planejar expansão para Roraima, Elias ressaltou o potencial produtivo e estratégico do estado.
“Roraima tem soja, milho, arroz, buriti e um potencial enorme na piscicultura. Além disso, tem acessibilidade, boas estradas e localização internacional privilegiada, fazendo fronteira com a Guiana e a Venezuela. Aqui há todas as condições para desenvolver o bionegócio”, afirmou.
Outro ponto destacado é a preocupação da FUEA com o êxodo rural.
“Nossa meta é fortalecer cooperativas e associações, evitando que trabalhadores do campo migrem para a capital em busca de emprego. A bioeconomia pode ser uma avenida de oportunidades para que eles permaneçam produzindo no interior”, explicou.
Sustentabilidade e futuro
Além de impulsionar a economia verde, a fundação mantém programas voltados à preservação ambiental, como o projeto Educ.air, que monitora a qualidade do ar na Amazônia, e iniciativas de limpeza e recuperação de rios em Manaus.
Com 9 anos de atuação, a FUEA já realizou mais de 350 projetos de pesquisa, beneficiando 130 empresas e pagando mais de 43 mil bolsas de estudos. Agora, o desafio é consolidar parcerias com as universidades de Roraima para expandir esse impacto ao estado.
“Queremos trazer para Roraima o mesmo modelo de desenvolvimento sustentável que aplicamos no Amazonas. Com cooperação das universidades e apoio das instituições locais, podemos transformar a bioeconomia em motor de progresso para toda a região”, concluiu Elias Moraes.