Cotidiano

Manifestantes protestam em prol da educação 

Nem a chuva que caiu na tarde desta quinta-feira, 30, foi capaz de dispersar os manifestantes que estiveram na praça do Centro Cívico, contra o contingenciamento de recursos na área da educação para as universidades e institutos federais e também contra a reforma da previdência. Esse foi mais um protesto envolvendo estudantes, professores, técnicos administrativos e representantes de sindicatos e de associações, após 150 dias de governo federal.

Pela manhã de ontem, o movimento não ganhou a força que estava prevista pela organização. Nas unidades do Instituto Federal de Roraima (IFRR) profissionais foram trabalhar e na Universidade Federal de Roraima (UFRR) os portões se mantiveram abertos por conta da realização de um concurso público e alguns professores deram aulas normalmente, mas alguns cartazes foram afixados em pontos estratégicos na instituição.

No horário da tarde, estudantes, professores e outros profissionais da educação, além de sindicalistas e representantes de associações, se concentraram em um trecho da Praça do Centro Cívico, em frente ao Poder Legislativo, para protestar com palavras de ordem e cartazes.

O professor Joel Moizinho, professor do curso de engenharia civil da UFRR, disse que a manifestação é mais do que justa. “O atual presidente trata a educação com descaso e estamos aqui dando apoio para defender a universidade e o ensino, de modo geral”.

Segundo ele, o contingenciamento sempre existiu, mas não dessa forma que foi colocado, em forma de corte. “Isso vai afetar diretamente as pesquisas nas universidades e os bolsistas dependem exclusivamente da bolsa de estudos da Capes [Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior], o que vai prejudicar tanto as pesquisas quanto os pesquisadores”, ressaltou Moizinho.

O presidente da Seção Sindical dos Docentes da UFRR (Sesduf-RR), Paulo Afonso, avaliou o evento como excelente. “Foi uma manifestação puxada pelos estudantes, e o nosso desempenho nesses eventos nesse período, desde a época do carnaval com o bloco ‘Nenhum direito a menos’, e no 1º dia maio, depois 15 de maio e 30 de maio. Agora estamos trabalhando para o dia 14 de junho”, disse.

Sobre a perspectiva do presidente da República recuar do contingenciamento, Afonso comentou que Brasil todo está mobilizado. “Acredito que pela pressão popular ele vai voltar atrás, se não voltar continuaremos na luta”, ressaltou o presidente da Sesduf.

O estudante e presidente da Assoer (Associação dos Estudantes de Roraima), Jean Faria, também avaliou o protesto como positivo. “É nossa resposta em defesa da educação pública e Roraima está dando sua parcela de contribuição nessa luta, pressionando o governo para recuar com essa medida de contingenciamento de verbas públicas para a educação. Ou a gente para as universidades, as escolas e fecha as ruas ou o governo vai fechar para ninguém mais estudar e ter acesso à educação”, comentou.