Cotidiano

Mais de 12 mil pessoas devem fazer prova no domingo em RR

Portões abrem às 11h e fecham às 12h no estado. Exame acontece nos dias 3 e 10 de novembro

O sonho da formação superior motivou 12.959 inscrições este ano, em Roraima, para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que acontece nos próximos dias 3 e 10 de novembro, nos municípios de Alto Alegre, Bonfim, Boa Vista, Caracaraí, Mucajaí, Rorainópolis e São João da Baliza. A abertura dos portões ocorre às 11h, com fechamento às 12h. As provas devem iniciar às 12h30, com término às 18h, no primeiro domingo. Já no segundo dia, a prova terminará 30 minutos mais cedo.

Estas informações estão mais do que decoradas pelo vestibulando Davi Ramos, 27, que há cerca de um ano tem se dedicado aos estudos para conseguir uma vaga no curso de Medicina.

“Tenho feito dois cursinhos preparatórios. É meio cansativo, mas é bom quando você percebe o seu desenvolvimento no decorrer do ano, quando vê que está melhorando. Eu já tranquei outras faculdades e a prioriMedicina sempre foi minha primeira escolha, mas naquela coisa de “ah, não vou conseguir”, você acaba fazendo coisas que não quer fazer. Eu tenho 27 anos, então, chega aquela idade que você tem que fazer algo que você realmente queira fazer”, disse.

Um dos cursos mais concorridos na Universidade Federal de Roraima, segundo dados do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), Medicina teve a nota de corte mais alta do instituto na última edição, com 779.33 pontos.

Com tanta concorrência, Davi revela que tem vivido uma intensa rotina de estudos para se tornar um futuro profissional da saúde. “No começo do ano era bem mais pesado. Eu chegava no cursinho 9h, saía às 20h e almoçava por lá mesmo. Dava duas horas de intervalo e continuava estudando. De setembro pra cá, passei a dar um intervalo porque eu já estava muito cansado. Não adianta hoje eu estar absorvendo conteúdo novo, o ideal é estar revisando o que eu já sei”, explicou.

Em toda trajetória de sucesso, existem desafios e dificuldades. Para Davi não foi diferente. Ele destaca que esta é uma caminhada muitas vezes solitária. “No início do ano eu exclui todos os aplicativos de redes sociais e fiquei só com um, pra manter minha sanidade mental. É bom, por um lado, mas é ruim por outro, você fica em uma bolha e os amigos sempre chamam pra alguma coisa e você não pode, uns entendem e alguns não. Mas a minha família me apoia muito”, conclui.

Professoras dão dicas para antes da prova


Professora Benildete Duarte (esquerda) recomenda que alunos estejam atentos; Para a professora Laeny Amaral (direita), este é um momento de revisão

No próximo dia 3, a primeira etapa de provas consiste em 45 questões de Ciências Humanas, 45 questões de Linguagens e Códigos e a – muitas vezes temida – redação dissertativa-argumentativa, que chega a ter peso dois ou três na seleção de algumas instituições de ensino que utilizam o ENEM como forma de entrada. Para ajudar nestes últimos dias, a Folha conversou com duas professoras de português e redação da Escola do Legislativo, que separaram dicas importantes para uma boa prova. 

Devido ao pouco tempo que antecede o exame, este é um momento para realizar apenas revisões e cálculo do tempo gasto para cada questão, segundo a professora Laeny Amaral.

“O aluno, na verdade, tem que ficar mais ou menos uns seis meses vendo o material do vestibular, mas como já está próximo, é importante a revisão. Principalmente daqueles conteúdos que sempre caem, porque é uma tendência nas provas. É importante também entender o tempo que você gasta em cada questão. Muitas vezes o aluno faz todo o estudo teórico, mas não resolve um exercício. No dia da prova ele até sabe a resposta, mas não teve tempo hábil para ler. Então, é preciso revisar o material que mais cai e o tempo que é usado para cada disciplina”, explicou.

É importante que os estudantes fiquem atentos às questões que estão sendo discutidas e que se mantenham informados sobre atualidades, de acordo com a professora Benildete Duarte. “Uma das maiores dificuldades dos alunos é a falta de leitura. Quem não tem o conhecimento, não tem como produzir. É importante que eles fiquem antenados aos acontecimentos atuais, para que possam levar esse conhecimento pro papel”, analisou.

A cada ano, escolhe-se um tema para a redação do Enem. Em cada prova existem os chamados textos motivadores, que trazem algumas informações sobre o assunto e servem de apoio para que o estudante crie o próprio texto. No entanto, se o estudante copiar trechos desses textos, pode perder pontos.

“Na introdução você vai falar do tema no geral e abordar uma tese, procurando abordar três argumentos para convencer o seu interlocutor, ou seja, os corretores da redação. Dentro do desenvolvimento você vai abordar cada argumento. E lá na conclusão, você vai fazer a retomada de tudo que você falou e deixar uma proposta de intervenção”, detalhou Benildete.

Um bom final na redação pode ser o diferencial no momento em que os corretores aplicarão a nota. Para isso, Laeny dá uma sugestão. “Na conclusão deve ser algo viável. Eu sempre falo para os alunos que panfleto e divulgação são a melhor proposta de intervenção. Você não se compromete e não dá uma opinião de outro mundo, mas consegue dar uma proposta inteligente. Em todas as temáticas pro Enem, você consegue trabalhar em três polos: saúde, educação e segurança. Se o aluno fizer isso, ele sempre vai conseguir dar uma solução nessas três áreas, porque sempre devemos educar a população para acabar com o problema”, orientou.

Sobre apostas para o tema da redação deste ano, Benildete não quis se comprometer, mas disse acreditar que pode ter envolvimento com as questões políticas do país ou ambientais. Para Laeny, o tema deste ano deve estar relacionado à terceira idade. (VF)