Cotidiano

Mais de 1 mil focos de calor e incêndios são registrados em RR

AYAN ARIEL

Editoria de Cidades 

Segundo dados do Programa Queimadas, pertencente à estrutura do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), entre 1º de janeiro até este domingo, 8 de março, foram registrados de 1.049 focos de calor e de incêndios em Roraima. Destes, 150 foram registrados em Pacaraima, tornando o município o que mais queimou vegetação no Estado. É o menor índice registrado em dois anos.

Considerando o mesmo período em 2019, foram identificados 1.540 focos de incêndio, sendo que Caracaraí foi o município que mais queimou vegetação, com 265 notificações. Durante todo o ano passado, foram 4.784 queimadas apontadas.

Os números foram menores em 2018, sendo registrados 1.107 focos no estado. Caracaraí novamente teve os maiores números, com 212 ocorrências naquele município. No geral, 2.383 queimadas foram registradas em Roraima naquele ano.

Alguns desses incêndios ocorridos na capital foram registrados pela Folha. Em um único fim de semana, no mês de janeiro, três incêndios ocorreram na capital, sendo que um deles foi registrado dentro de área de lavrado do Parque Anauá.

Já os casos mais recentes noticiados pelo jornal ocorreram na zona leste da capital. No dia 24 de fevereiro, um incêndio atingiu uma área ambiental localizada no bairro Paraviana. As casas próximas do local foram tomadas por fumaça e fuligem.

Diretor executivo de proteção e defesa civil, o Coronel Cleudiomar Ferreira afirmou que os números registrados em 2020 estão dentro da normalidade para o período, porém alertou que há a possibilidade de que a situação se agrave um pouco até o fim de março. “O risco de fogo pelo estado continua aumentando, pois a situação está saindo do nível alto, se encaminhando para nível crítico”, acrescentou o Coronel.

De acordo com diretor executivo, as ocorrências de combate à incêndio em vegetações tem se concentrado na capital, apesar de não ser o município com o maior número de casos.

“Pelos dados que temos no setor de estatísticas, o número de combates de incêndio em lavrado já ultrapassou 100 aqui em Boa Vista, tanto na área urbana, quanto na rural. No interior, esse quantitativo continua dentro da normalidade”, pontuou Ferreira, ressaltando que, no momento em que a entrevista estava sendo realizada, havia equipe se encaminhando ao município de Amajari, para combater um incêndio que ocorria em área de vegetação.

Governo Federal envia R$ 34 mi para combater incêndios

O diretor executivo de proteção e defesa civil destacou que, em Boa Vista, as ações de combate aos focos de calor têm sido feitas em conjunto com a prefeitura e a defesa civil do município.

“É a primeira vez que o município também atua de forma conjunta com a equipe de combate a incêndio. Até então, eles não tinham uma equipe para combater essas ocorrências, então no ano passado, foi formada uma equipe da defesa civil municipal e esses agentes estão atuando conosco”, disse Ferreira.

Já para o interior do Estado, o coronel frisou que há equipes preparadas para atuar nessas localidades, porém, até a última sexta-feira (6), ainda não havia tido a necessidade de deslocamento dessas guarnições para fora da capital.

INVESTIMENTOS – Para o combate efetivo aos focos de calor está sendo recebida uma verba de R$ 34,5 milhões de reais do Governo Federal e, dessa quantia, R$ 11 milhões já foram encaminhados ao Estado. O valor foi definido no mês de novembro.

“Com essa verba, não só o Corpo de Bombeiros, mas a Secretária de Agricultura (Seapa), a Fundação do Meio Ambiente (Femarh), Iteraima (Instituto de Terras e Colonização de Roraima) e a Secretaria de Planejamento (Seplan) serão contempladas. Esse dinheiro não será utilizado somente no combate a incêndios florestais, mas também nas orientações quanto as queimadas, a questão fundiária, o zoneamento ecológico, entre outras ações”, confirmou Ferreira.

A verba permitirá a aquisição de novos equipamentos e viaturas de combate a incêndio, aquisição de utensílios para as bases avançadas, fardamentos para brigadistas e contratação de novos profissionais, que começarão a ser contratados temporariamente a partir do dia 15 desse mês, conforme a necessidade de cada localidade.