Cotidiano

Maiores vítimas de acidentes de trânsito no trabalho são motociclistas

Levantamento inédito aponta que, em onze anos, o número de notificações de acidentes de transporte relacionados ao trabalho em todo o estado foi de 2.227

Os motociclistas de Roraima são os que mais morrem por acidentes de transportes relacionados ao trabalho no estado. Os dados são de um levantamento inédito realizado pelo Ministério da Saúde com os dados dos Sistemas de Informação de Agravo e Notificações (SINAN) e de Mortalidade (SIM).

O estudo apontou nove óbitos de trabalhadores de duas rodas, entre os anos de 2007 e 2016. Contando com todos os tipos de transportes, Roraima registrou 28 mortes no mesmo período. Para chegar a esta constatação, foram considerados os acidentes ocorridos quando o trabalhador tem uma função que envolve locomoção ou quando estava indo ou voltando do local de trabalho.

Em onze anos, o número de notificações de acidentes de transporte relacionados ao trabalho, em Roraima, foi de 2.227. Os anos de 2013 (642) e 2014 (346) foram os que apresentaram os maiores números de notificações para um único ano. Em 2017, os índices caíram 53% no estado, sendo registrados 93 acidentes quando comparados ao ano de 2016 (198).

Em toda a região Norte, foram registradas 1.399 mortes, sendo 273 de motociclistas e 205 de caminhoneiros – as maiores vítimas. Quando se fala em acidentes, a região Norte foi a que menos teve ocorrências do tipo. Foram 11.753 acidentes entre os anos de 2007 e 2016, tendo o seu pico nos de 2013 (2.072) e 2014 (1.615). Em 2017, a região teve redução de 39,5% nas notificações, com 897 registros quando também comprado ao ano anterior.

Homens são as maiores vítimas de acidentes de trânsito relacionados ao trabalho

No Brasil, o estudo apontou que oito em cada dez acidentes de trânsito relacionados ao trabalho foram sofridos por homens. Por faixa etária, os jovens com idades entre 18 e 29 anos foram as maiores vítimas (40,1%) e quase metade desses acidentes ocorreram nos estados da região Sudeste (47,5%). Quando falamos em lesões, o SINAN registrou que 22,5% delas foram ocorridas em membros inferiores e 15,7% nos superiores. Desses acidentes, 63% evoluíram para incapacidade temporária.

O coeficiente de mortalidade, no Brasil, por acidentes de transporte relacionados ao trabalho foi de 1,5 óbito a cada 100 mil. Entre os estados, destacam-se Rondônia (4,9), Mato Grosso (4,3), Paraná (3,2) e Santa Catarina (3,1). De acordo com o Ipea, essas regiões possuem fatores que contribuem para esse destaque como maior produto interno bruto (PIB), maior concentração de riquezas, de número de veículos motorizados e de viagens refletem no maior volume de tráfego e de acidentes nesses estados.