Cotidiano

Lideranças falam sobre conquistas e resistências no pós pandemia

Em entrevista exclusiva para a Folha, os representantes do CIR, Sodiurr e da OPIRR, falaram sobre as condições dos povos indígenas neste período pós pandemia

Após dois anos de Pandemia que assolou os povos indígenas de Roraima, as comunidades tradicionais tentam se reerguer e buscam no trabalho e no desenvolvimento, a motivação para permanecer na luta por melhores condições para os povos tradicionais de Roraima.

Em entrevista exclusiva para a Folha, os representantes do Conselho Indígena de Roraima (CIR), da Sociedade de Defesa dos Índios Unidos de Roraima (Sodiurr) e da Organização dos Professores Indígena de Roraima (OPIRR), falaram sobre as condições dos povos indígenas neste período pós pandemia.

É uma conquista sobreviver na pandemia

A presidente da Sodiurr, Irisnaide de Souza Silva, explicou que, para eles, está sendo uma conquista sobreviver a pandemia.

“A situação dos povos indígenas ligados a Sodiurr até que não foi muito afetada pela pandemia. Não tivemos um alto índice de mortalidade, pois tomamos muitas precauções, cancelamos programações que tivessem aglomeração como as assembleias e encontros e seguimos protocolos e decretos e graças a deus nós tivemos índice muito baixo de mortalidade e hoje estamos bem e trabalhando bastante”

Ela explicou que as comunidades estão focadas nos projetos de produção em larga escala de agricultura familiar de milho e feijão, projeto feito em parceria com o governo de Roraima.

“Estamos trabalhando nos projetos de produção da agricultura familiar com o governo do estado e hoje podemos dizer que é uma conquista, apesar das lutas e dificuldades que todos passaram. Foi uma conquista sobreviver na pandemia e continuamos na luta e no trabalho. Neste início de ano contamos com a parceria do governador Antônio Denarium e levantamos a bandeira dos povos indígenas que é trabalho e desenvolvimento”

Somos existência, resistência e resiliência 

O Vice coordenador do Conselho Indígena de Roraima Enock Taurepang explicou que no ano passado o CIR fez 50 anos de existência, resistência e resiliência.

Ele participou da sessão solene no congresso em homenagem ao Dia do Índio e falou sobre a luta do seu povo.

A reportagem da Folha tentou contato com ele para gravar sobre o Dia do índio mas até o fechamento da reportagem não obteve retorno.

A pandemia foi um aprendizado

Rosivânia Demétrio Magalhães, vice coordenadora da Organização dos Professores Indígena de Roraima (OPIRR), explicou que a pandemia foi um aprendizado em vários sentidos.

Ela contou que perdeu a mãe para o Covid e teve o pai e a irmã internados durante a pandemia.

“Perdemos muitos profissionais além de maneira articular ter perdido minha mãe. Tudo foi muito difícil pois perdemos muitos profissionais na educação indígena, mas é uma vitória estarmos de volta neste período, tudo voltando ao normal. Sabemos que o vírus ainda é presente em nosso meio, porém sabemos o caminho de parar o vírus, estamos voltando a vida normal.  As escolas voltaram às aulas presenciais. Estamos organizando nossas escolas nas comunidades e vamos permanecer sempre na luta. Para todos nós está sendo uma vitória essa sobrevivência” concluiu.