Cotidiano

Junta Militar espera receber mais de cinco mil alistamentos neste ano

O alistamento militar é obrigatório para jovens do sexo masculino que completam 18 anos em 2017

Os jovens de Roraima do sexo masculino nascidos em 1999 têm até o dia 30 de junho para fazer o alistamento militar. No ano passado, só em Boa Vista, quase cinco mil jovens se alistaram e foram encaminhados para a Comissão de Seleção, de acordo com informações da Junta de Serviço Militar em Roraima. Destes, cerca de 700 serão incorporados às fileiras das Forças Armadas.

Em 2017, a expectativa da Junta é receber mais de 5,2 mil alistamentos, levando em consideração o crescimento demográfico. Até o momento, mais de 800 jovens já fizeram o alistamento.

Segundo o sargento Henrique Maciel, secretário da Junta em Boa Vista, apesar de o alistamento ser obrigatório, não quer dizer que o jovem vá servir. “O comparativo de alistados, dentre eles os voluntários, em relação ao número de vagas é de quase 4 por 1. Mesmo aquele que gostaria de servir e ficou no grande excesso tem a oportunidade de ingressar, via concurso público, nas Academias para Oficiais [até 21 anos de idade] ou nas Escolas de Sargentos [até 23 anos de idade] em uma das três Forças [Marinha, Exército ou Aeronáutica], para tanto precisa ter o Ensino Médio completo e fazer sua inscrição via internet”, disse.

Os jovens que não fazem o alistamento ficam impedidos de tirar passaporte, ingressar no serviço público ou ser matriculado em qualquer instituição de ensino, inclusive universidades. Além disso, está previsto pagamento de multa, que varia de acordo com a quantidade de dias em que o candidato deixou de alistar-se.

“E ainda tem mais prejuízos, como o fato de o jovem não poder receber qualquer prêmio, favor ou assinar contrato com Governo Federal, estadual, dos territórios ou municípios. Também não poderá obter carteira profissional, registro de diploma de profissões liberais, matrícula ou inscrição para o exercício de qualquer função e licença de indústria e profissão”, enfatizou o sargento.

Caso seja convocado, o recruta receberá uma ajuda de custo de valor menor que o salário mínimo. Fabrício Peixoto completa 18 anos ainda em janeiro e vai se alistar, mas não pretende servir. “Vou fazer isso só pelo fato de ser obrigatório e eu não quero ter prejuízos e nem problemas futuros. Estou estudando para o vestibular, quero me formar em engenharia e já trabalho com meu pai”, disse o jovem.

Para Fabrício, o alistamento pode não ser interessante, mas para muitos jovens acaba se tornando um refúgio da crise econômica brasileira. “Pode-se dizer que servir às Forças Armadas é uma maneira de ajuda de custo, mas, além disso, o Serviço Militar contribui para a formação do caráter cívico e da cidadania dos jovens brasileiros, introduzindo valores éticos, morais, físicos e culturais”, ressaltou o sargento Henrique.

DOCUMENTAÇÃO – Para realizar o alistamento, é necessário que o jovem esteja munido de documento de identidade, CPF, Certidão de Nascimento ou Casamento, Certidão de Naturalização ou Termo de Opção (para brasileiros naturalizados ou por opção), uma foto 3×4 (com fundo branco e sem sombra) e comprovante de residência. Em alguns estados o procedimento pode ser realizado pela internet. Não é o caso de Roraima, onde os jovens devem se dirigir à Junta de Serviço Militar mais próxima à residência.

Além de Boa Vista, também existem Juntas de Serviço Militar nos municípios de Caracaraí, Mucajaí, Alto Alegre, São Luiz do Anauá, Bonfim, Normandia e Pacaraima. Destes municípios, apenas Boa Vista, Bonfim, Normandia e Pacaraima designam cidadãos para a Comissão de Seleção, exames (médico, dentista, entrevista e psicotécnico) no processo seletivo e incorporação nas Organizações Militares. Nos demais, os jovens são dispensados da seleção.

DISPENSA – Algumas situações podem desencadear dispensa do serviço militar, como é o caso de deficiências físicas, doenças crônicas e problemas psicológicos. Os jovens que são pais e que sustentam uma família também podem ser dispensados mediante a apresentação de documentos comprobatórios. (C.C)

Mulheres podem se inscrever voluntariamente nas Forças Armadas

Muitas jovens têm vontade de seguir uma carreira militar ingressando no Exército Brasileiro, Aeronáutica ou Marinha. Em 2016, o número de mulheres nas Forças Armadas já ultrapassava 26 mil oficiais. Elas são 7% do efetivo total de defesa do País – número conquistado com a ajuda de leis específicas para facilitar o acesso feminino.

Na Força Aérea Brasileira as mulheres podem participar de quase todos os concursos e desempenhar um grande número de funções. Todas passam por um treinamento intenso, que pode durar de 13 semanas, no caso das oficiais temporárias, até quatro anos, no caso das formadas pela Academia da Força Aérea (AFA).

Para ingressar na Marinha do Brasil é necessário participar de processos seletivos com as mais variadas formações: Ensino Médio, Curso Técnico em uma das áreas de interesse ou Curso Superior relativo à profissão a que deseja concorrer.

Para ser militar de carreira no Exército Brasileiro a mulher precisa ingressar após aprovação em concurso público. Aquela que deseja ingressar como oficial ou sargento temporário deve participar da seleção realizada pelas Regiões Militares. O militar temporário não faz carreira no Exército e sua permanência máxima no serviço ativo é de oito anos. (C.C)

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