Cotidiano

Italiano aposta na terra Macuxi e investe na produção de grama

De cientista político a gramicultor, Federico Olivieri abriu uma empresa e hoje produz e vende grama para todo o Estado

O italiano Federico Olivieri, de 42 anos, percebeu o potencial das terras Macuxi e decidiu arriscar na produção de grama. Deu certo. Hoje ele tem uma empresa, a Grameira, na região do Monte Cristo, zona rural de Boa Vista, e fatura vendendo para todo o Estado. Sua principal clientela é formada por empresas construtoras.

De cientista político a empresário, Olivieri lembrou que trabalhava em uma firma multinacional quando foi destacado para atuar em Roraima, há três anos, e aqui logo percebeu que poderia se tornar um empresário gramicultor porque o clima é propício para o desenvolvimento desta cultura.

“Então, em 2013, decidi mudar de ramo. E de cientista político virei empresário gramicultor. Hoje tenho três funcionários e outros contratados como diaristas, que trabalham na produção e venda de grama. O mercado se expande a cada dia e o número de clientes aumenta também”, ressaltou o empreendedor.

A empresa do italiano já tem produzidos dois hectares, ou seja, 200 mil metros quadrados, de grama Esmeralda, que se adapta muito bem ao clima regional, segundo o produtor. Em média, a Grameira vende dois mil metros quadrados por mês. Mas o gramicultor lembrou das dificuldades que teve no começo.

“Eu não sabia nada sobre esta cultura. Imagina um cientista político mexendo com plantação? Então, tive que estudar muito sobre o assunto. Fui até Manaus [AM] aprender com técnicos de lá a plantar, produzir e vender grama. Mas tudo deu certo e hoje consigo me manter no mercado”, comentou.

Apesar do preço da grama não ter acompanhado o dos insumos, que ficaram bem mais caros, os gramicultores ainda assim têm lucro. A venda da grama é por metro quadrado, que custa R$ 8,50 para quem vai buscar na Grameira Italiana. Se for para entrega, o metro quadrado sai a R$ 9,50. O empresário disse que também coloca a grama ao preço de R$ 16,00. Este ano, Federico Olivieri disse que vai aumentar a produção para quatro hectares.

“Espero que o mercado continue se expandindo para que eu possa cada vez mais aumentar minha produção e assim atingir novos mercados. O sucesso está no capricho do meu produto, pois minha grama tem uma ótima qualidade”, frisou o empresário.

A grama Esmeralda, com nome científico Zoyzia Japonica, é uma gramínea de origem nativa do sudeste da Ásia, ao norte da China e Japão. Ela é a mais cultivada na região amazônica porque se adaptou bem ao clima. A grama é de fácil manutenção e resiste mais ao pisoteio. Este tipo representa 80% da grama comercializada do Brasil. (AJ)