Cotidiano

Indígenas recebem auxílio para aquisição de crédito rural

Distante aproximadamente 300 quilômetros da capital, o município de Uiramutã recebeu, na quinta-feira, 3, e na sexta-feira, 4, a visita dos técnicos do Governo de Roraima que promovem a extensão rural da Seapa (Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abaste

Distante aproximadamente 300 quilômetros da capital, o município de Uiramutã recebeu, na quinta-feira, 3, e na sexta-feira, 4, a visita dos técnicos do Governo de Roraima que promovem a extensão rural da Seapa (Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento).

O objetivo da visita foi oportunizar a assinatura de 22 projetos de crédito rural, em parceria com o Banco da Amazônia, por meio do Pronaf Digital, que concede para cada produtor indígena o valor de R$2.500.

O governador Antonio Denarium destacou a importância de iniciativas como esta de levar o crédito rural a quem precisa. “Todos estão de parabéns por proporcionar este crédito rural às comunidades do Uiramutã. São muitas horas de viagem, mas nada impede que os recursos e serviços do Governo cheguem para quem mais precisa. Isso mostra o interesse do fomento no desenvolvimento do Estado”, afirmou.

O secretário de Agricultura, Aluizio Nascimento, reforçou que o trabalho de extensão rural é uma política pública do governador, com o propósito de fomentar a agricultura familiar e indígena em todo o Estado.

“Duas comunidades indígenas foram contempladas, Socó e Maturuca, que, neste período chuvoso, ficam com difícil acesso. A visita e a assinatura dos contratos in loco são mais uma forma de facilitar e levar para o produtor serviços e acesso ao crédito rural”, explicou o secretário.

O gerente administrativo do Banco da Amazônia, André Luiz da Silva, falou sobre a parceria entre a instituição financeira e o Governo de Roraima.

“O Pronaf Digital veio, nesta era da informática, estreitar o espaço que existe entre o setor rural, especificamente a área indígena, e a cidade, onde funcionam os bancos. Quando tem o banco e a assistência rural, neste caso, representada pelo Estado, a gente consegue traçar o objetivo da concessão do crédito. Sem estes três atores, a gente não consegue atuar. A aplicação in loco tem a sensibilidade de ver como está sendo trabalhado o recurso, e a própria comunidade se sente valorizada”, ressaltou.

“O Estado de Roraima foi o primeiro a efetivar o Pronaf Digital na sua totalidade, e agora ainda temos uma novidade, estamos trabalhando também o custeio, que terá o valor de aproximadamente R$50 mil”, complementou. A aplicação desses recursos fomenta atividades de agricultura e pecuária.

O tuxaua da comunidade do Maturuca, Neodino Costa de Souza, agradeceu pela visita dos representantes do Governo do Estado.

“A gente agradece mais uma vez, pois, através da Seapa, o Governo está vindo ajudar principalmente na agricultura, melhorar aquilo que temos pouco, para dar mais condições para as famílias e para as comunidades, inclusive para conseguir o pão nosso de cada dia e ter a nossa mesa farta de produtos”, frisou.

Segundo o tuxaua, a comunidade do Maturuca possui 678 pessoas e é exemplar em dividir com todos o que produz. “Toda quarta-feira, nos reunimos e colocamos numa mesa tudo o que temos para dividir com todos. Este investimento que estamos conseguindo será feito na própria comunidade, na produção de banana, batata, macaxeira, criação de galinha e criação de peixe,” explicou.

COMO PARTICIPAR DO PRONAF DIGITAL

A comunidade que tem interesse em trabalhar, deve procurar a CPR (Casa do Produtor Rural) da sua região, de forma organizada, levar a lista de produtores que queiram participar. Será realizada uma reunião para mostrar o programa, tirar dúvidas, ver quantos vão querer de fato participar. Os dados pessoais serão consultados junto aos bancos para saber se há alguma restrição, ou se os nomes estão favoráveis a fazer o projeto.

“O técnico vai fazer uma reunião na comunidade, ver a aptidão, depois faz o levantamento, emite os documentos necessários e faz as propostas. O banco emite as cédulas de crédito, que precisam ser assinadas. Assim, o produtor indígena vai ao banco retirar o valor e realizar as compras do que foi acertado”, explicou o diretor do Departamento de Extensão Rural da Seapa, Emerson Ricardo.