Cotidiano

Índice de confiança do comércio tem sua primeira alta em 2019

O índice de expectativas futuras avançou 5,1 pontos, indo para 99,9 pontos na escala de zero a 200

VANESSA FERNANDES

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O índice de confiança do comércio (INCOM) – um termômetro para saber a impressão do setor sobre o cenário econômico, divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta um crescimento do comércio. Esta é a primeira alta registrada em 2019. Entretanto, na média, este indicador cedeu 1,2 ponto, a quarta queda consecutiva.

O aumento na confiança dos empresários foi influenciado pela melhora das expectativas para o futuro. O Índice de Expectativas (IE-COM) avançou 5,1 pontos, alcançando 99,9 pontos após quatro quedas seguidas. Porém, o Índice de Situação Atual – que mede a confiança no presente – teve recuo de 1,5 ponto em junho, indo para 86,8 pontos. Este é o menor valor desde dezembro de 2017, quando foi registrado 86,0 pontos. O IE-COM ainda está em nível semelhante ao do período eleitoral, o que sugere a existência de um processo de calibragem depois de fortes quedas ao longo do início do primeiro semestre.

A queda nos indicadores de situação atual é resultado do incomodo dos empresários com o ritmo de vendas, segundo o pesquisador da FGV, Rodopho Tobler. “Isto reforça o cenário de recuperação gradual, dada a vagarosa recuperação do mercado de trabalho e o nível baixo da confiança dos consumidores”, diz trecho do artigo.

A empresária Karla Grizotti, proprietária de uma loja de roupas, diz que até o momento não sentiu diferença no mercado. “Por enquanto, as vendas deste mês estão no mesmo valor em relação ao mesmo período do ano passado. Quanto às minhas expectativas, são as melhores. Sempre penso que terei crescimento nas vendas em relação ao mesmo período do ano anterior”, finaliza.

Intenção de consumo de famílias roraimenses permanece estável

Segundo dados da Pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), elaborada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo – CNC, o índice de consumo das famílias roraimenses foi de 101,9 pontos em junho de 2019.

Comparado a maio deste ano, o índice permaneceu estável com pequeno aumento de 0,1 ponto percentual, porém, continua acima do nível de indiferença (100 pontos). Em relação ao mesmo período do ano passado, este aumento possui maior representatividade, onde subiu 18,2 pontos percentuais.

“De certa forma, é resultado de uma estabilidade na economia estadual após a severa crise nas finanças públicas. O governo está pagando em dias o salário dos servidores e os atuais fornecedores também. Em Roraima, 50% da economia depende da administração pública municipal, estadual e federal” explica o economista da Fecomercio, Fabio Martinez. 

Dentre os índices que compõem o ICF, o que apresentou a maior variação em relação ao mês anterior foi o do momento para comprar bens duráveis, com aumento de 10,66%. Apesar desse aumento significativo, esta variável permanece bem abaixo do nível de indiferença, com apenas 54 pontos. “Geralmente é sempre baixo esta tendência, mas foi um aumento de certa forma significativo. Mostra que as pessoas estão mais propensas a comprar bens duráveis que geram dívidas por um longo período de tempo”, explica Martinez.

Já o índice que apresentou a maior queda em junho foi o da perspectiva profissional, com retração de 5,13% na comparação com maio, apesar da queda esta variável continua sendo a que apresentar o maior valor dentre os índices do ICF, com 131,3 pontos, o que mostra que as famílias continuam esperançosas em relação ao seu futuro profissional.

Intenção de consumo das famílias roraimenses

Fonte: ICF/CNC. Elaboração: Fecomércio-RR