Cotidiano

IBGE inicia última etapa do Censo na Terra Yanomami

Coleta de dados será realizada por mais de 100 recenseadores. Meta é que o trabalho seja concluído em até 30 dias.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) iniciou nesta segunda-feira (6) a coleta de dados para finalizar o Censo Demográfico na Terra Indígena Yanomami. O trabalho deve durar 30 dias.

Conforme o Instituto, a operação vai visitar 169 comunidades em Roraima e três no Amazonas. A ação foi articulada pelos ministérios do Planejamento e Orçamento, da Saúde, da Defesa, da Justiça e Segurança Pública, dos Povos Indígenas e da Casa Civil, além do Estado-Maior das Forças Armadas. 

A equipe do IBGE especialista em coletas nas terras indígenas contará com o suporte de técnicos, militares e policiais, além de helicópteros da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Serão 17 equipes compostas por recenseadores do IBGE, guias indicados pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e intérpretes. Em alguns casos, poderá haver acompanhamento de agentes da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).

Ao todo, 110 servidores trabalham para a execução da ação do Censo Demográfico na TI Yanomami, obedecendo aos protocolos sanitários estabelecidos pelo Ministério da Saúde e dentro dos termos da ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) 709, do Supremo Tribunal Federal, que estabelece a barreira sanitária na região.

O IBGE já tem 50% da coleta no território. A operação com suporte aéreo visa completar a metade final do recenseamento na região, mais especificamente, dos indígenas que vivem em áreas cujo acesso é particularmente complexo, acessíveis somente por voos de helicóptero. 

“A principal dificuldade é a complexa logística de acesso às aldeias que envolve diferentes meios de transporte – terrestre, fluvial, aéreo em aviões de pequeno porte e de helicóptero – além de deslocamentos em trilhas entre aldeias próximas pela Floresta Amazônica”, explica a coordenadora do Censo de Povos e Comunidades Tradicionais, Marta Antunes.

“Essa logística demanda dos recenseadores flexibilidade e resiliência para adaptação aos deslocamentos por diferentes meios de transporte e para permanência nas comunidades por longos períodos”, complementa.

Logística do Censo na TI Yanomami

Os grupos de trabalhos são transportados em aeronaves de pequeno porte fornecidas pela Funai até a localidade de Surucucu, em Alto Alegre (RR), onde está o 4º Pelotão Especial de Fronteira do Exército Brasileiro e um Polo Base de Saúde Indígena. Dali, partem voos em helicópteros até as comunidades.

O Exército apoiará no fornecimento de alojamento em Surucucu e no transporte de combustível de aviação para os helicópteros, e a FAB apoiará com o transporte de suprimentos e alimentos das missões de campo até a localidade de Surucucu. Os polos de saúde na localidade servirão de pontos de apoio para os recenseadores do IBGE durante a realização dos trabalhos.