Cotidiano

Homens venezuelanos que já trabalham precisam deixar abrigo do Pintolândia

Centro de Referência ao Imigrante foi criado para abrigar venezuelanos de forma rotativa

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Desde dezembro do ano passado, o ginásio poliesportivo do bairro Pintolândia, zona oeste de Boa Vista, passou a ser o lar de centenas de venezuelanos fugidos da crise que assola o país vizinho. No entanto, alguns desses refugiados, do sexo masculino, precisaram deixar o local ontem, 5. O motivo é a inserção no mercado de trabalho. “O abrigo [Centro de Referência ao Imigrante] foi criado para atender de forma temporária e rotativa, até porque Roraima continua recebendo venezuelanos que também necessitam de abrigo”, justificou o comandante do Corpo de Bombeiros de Roraima, coronel Doriedson Ribeiro.

Ao todo, são 289 pessoas abrigadas no ginásio. Destas, 205 são indígenas da etnia Warao.  Dos venezuelanos não-índios, 80% já conseguiram um emprego em Boa Vista, conforme o coronel. “Montamos o abrigo para retirar essas pessoas das ruas, praças, feiras e rodoviária, como estava acontecendo, e dar a elas, além do abrigo, uma nova oportunidade de vida”, explicou.

Alguns dos abrigados permanecem no local desde dezembro. No ginásio, o Estado disponibiliza atendimento médico, odontológico, três alimentações diárias e encaminhamento para o Sistema Nacional de Emprego (Sine). Os venezuelanos também recebem algumas doações, como roupas e colchonetes, da sociedade em geral, além dos cuidados e orientações dos membros da Federação Humanitária Internacional, instituição não-governamental que presta serviços de auxílio humanitário.

A intenção do Corpo de Bombeiros e Defesa Civil é continuar prestando apoio aos venezuelanos que precisaram deixar o abrigo. Segundo o coronel, será realizado um mapeamento de onde essas pessoas serão encaminhadas para que o Estado continue ajudando de alguma forma, como garantindo alimentação, por exemplo.

“O abrigo foi montado para dar um ‘lar’ temporário a essas pessoas durante um prazo de 15 dias. Só que, claro, isso foi flexível e continua sendo. Quem precisava, pedia a prorrogação e nós analisávamos a situação de cada um, tanto que há pessoas que estão no CRI desde a sua criação. Essa determinação é apenas para os homens. Quem já está trabalhando consegue reunir um grupo e alugar uma casa, como já acontece com muitos venezuelanos em Roraima”, disse.

A determinação também foi motivada pelo início de pequenos conflitos dentro do ginásio entre os abrigados. O coronel afirmou, durante a entrevista, que alguns venezuelanos passaram a desrespeitar as regras do local, como levar bebida alcoólica, voltar no período noturno sob efeito do álcool, desrespeitar e tentar intimidar voluntários e colaboradores, não ajudar na manutenção do ginásio, como limpeza e higiene básica, entre outros.

“A convivência passou a ficar complicada, principalmente porque um grupo não aceita o outro [indígenas e não indígenas]. No último sábado [3], alguns homens tentaram intimidar nossos colaboradores, como se quisessem fazer um motim. Fomos lá para colocar ordem e gerenciar o local. Estamos prestando uma ajuda humanitária e não podemos permitir falta de respeito”, sustentou o coronel. (C.C)

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