Cotidiano

Greve dos cuidadores municipais termina após 51 dias

Segundo Sueli Cardozo, decisão foi tomada após a Prefeitura de Boa Vista se comprometer em reduzir a jornada de trabalho da classe, de 40 para 30 horas semanais

A greve dos cuidadores municipais chegou ao fim nesta quarta-feira (27), após 51 dias de paralisação. O anúncio foi feito pela presidente do Sitram (Sindicato dos Trabalhadores Municipais), Sueli Cardozo, em vídeo publicado nas redes sociais.

Segundo ela, a decisão foi tomada após a Prefeitura de Boa Vista se comprometer em reduzir a jornada de trabalho da classe, de 40 para 30 horas semanais. “Encerramos a greve vitoriosos e pedimos ao prefeito que não aplique faltas nas cuidadoras e cuidadores que lutaram para mudar essa página da história”, pediu Sueli.

O fim da greve ocorre, também, em um momento em que a Câmara Municipal aprovou, nesta quarta, cinco Projetos de Lei recolocados na Casa pela Prefeitura, voltados para a Educação do Município.

Os projetos preveem:

Criação de duas mil vagas de professor na Educação municipal, com o intuito de realizar um novo concurso público para pedagogos, abrindo caminho para a redução da carga horária dos cuidadores, de 40 para 30 horas semanais.

Criação da Gratificação de Atividade em Educação Especial (Gaee) para pedagogos que atuarão nas turmas que atendem crianças com deficiência;

Criação de mais de 500 funções gratificadas na Educação, como gestor, vice-gestor e secretário de unidade escolar, coordenador e monitor pedagógico, monitor formador, coordenador de macro e especialistas;

Criação de 250 vagas de cuidador na Educação municipal, para permitir que o Município convoque profissionais a serem direcionados para creches e atendimento aos alunos com deficiência;

Criação de 20 modalidades de cargos comissionados na Educação municipal, com a criação de novos departamentos na Secretaria Municipal de Educação e Cultura (Smec), como o de engenharia, e o aperfeiçoamento do setor de gestão de pessoas.

Relembre

Sitram e Prefeitura travavam desde 8 de março uma batalha que chegou à esfera judicial. No dia 10 de março, o Executivo conseguiu uma decisão que obrigou metade dos grevistas a voltar ao trabalho. A audiência de conciliação entre Sitram e Prefeitura, que seria em 9 de abril, foi adiada para essa quinta-feira (28).

No auge da crise, no dia 17 do mesmo mês, a Prefeitura retirou de tramitação da Câmara os cinco Projetos de Lei voltados para a Educação municipal, alegando “insensibilidade” dos vereadores em não votá-los, o que foi rebatido por parlamentares, como vereador Ítalo Otávio (Republicanos), que justificou que o Executivo não teria deixado claro em um dos Projetos de Lei como seriam aplicadas as 30 horas.