Cotidiano

Governo vai auxiliar reconstrução de comunidades atingidas por enchente

Três comunidades indígenas serão transpostas para locais mais altos, distante da margem dos rios Maú e Uailã

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Depois que a água arrastou tudo o que encontrou pela frente na semana passada, em uma súbita cheia do rio provocada por fortes chuvas que caem na região, três comunidades indígenas do Uiramutã – Ximaral, Kuma’pai e Kanauapan – irão mudar para um lugar mais alto, distante da margem dos rios Maú e Uailã. A governadora Suely Campos esteve nestas localidades ontem, 23, e prometeu ajudar os indígenas a reconstruir suas casas. “Vamos prestar apoio a todos os indígenas para ajudar a reconstruir a vida e a comunidade deles”, assegurou.

A governadora visitou ainda outras áreas do Uiramutã que foram atingidas pela enxurrada. Ela entregou casas de farinha, redes, mosqueteiros e cestas básicas para os indígenas. Além disso, a campanha ‘Todos por Uiramutã’ reforçou o atendimento em saúde, com mais quatro médicos pediatras e clínicos gerais, e medicamentos.

Conforme a Defesa Civil, que está no local desde o desastre natural, 19 comunidades foram atingidas. “Primeiro buscamos por desaparecidos, mas todas as famílias foram localizadas. Agora nosso trabalho é de ajudar a reconstruir o modo de vida dos moradores”, afirmou o comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar e coordenador da Defesa Civil estadual, coronel Doriedson Ribeiro.

FORÇA DA NATUREZA – Na beira do rio Maú, a lama que fazia os carros rodarem desorientados ainda era o reflexo da força com que a água desceu por entre as serras doUiramutã.

A madrugada fria e chuvosa do último dia 18 era convidativa para um sono tranquilo, mas o tempo virou. “Acordamos com a água subindo. A cada correnteza mais forte, o rio ficava um metro mais alto”, disse, sem exagero, Feliciano Laurino, morador da comunidade Kanapan, na margem guianense do Maú. “Ficou só o capote da casa pra fora”, completou o morador, se referindo ao ponto mais alto do telhado.

A forte chuva atingiu o alto das serras da região montanhosa e a água acumulada ‘desceu a serra’ de uma só vez, causando esse fenômeno que os moradores não se lembram de terem presenciado antes. “Precisamos agir rápido, pois todos foram surpreendidos e perderam plantações inteiras, animais, alimentos”, explicou Suely Campos, ao reforçar que por isso priorizou a entrega de casas de farinha, para que a mandioca desenterrada pela água seja transformada em farinha, minimizando os prejuízos.

AJUDA – Ontem de manhã, ainda cedo, voluntários e servidores do Governo do Estado começaram a organizar os materiais doados pela população e adquiridos pela própria administração estadual. Foram distribuídas 500 redes, 500 mosqueteiros, seis casas de farinha completas, 250 metros de lona, além de 2 mil litros de óleo diesel e 800 litros de gasolina. A Defesa Civil montou 100 cestas básicas que também foram destinadas à população local e serão entregues a partir de hoje, 24.

A Representação do Município de Uiramutã em Boa Vista se tornou um ponto de coleta de doações, que recebeu principalmente comida, roupas e itens de limpeza e higiene pessoal. “Toda a equipe de governo está mobilizada para prestar esse apoio e ajudar essas famílias”, reforçou a secretária de Trabalho e Bem-Estar Social, Emília Campos, que também instalou dois pontos de coleta de donativos: um na Setrabes e outro no Corpo de Bombeiros.

MÉDICOS – Dois pediatras e dois clínicos fizeram o atendimento de dezenas de indígenas afetados pela enxurrada. “Viemos para reforçar e ampliar o atendimento. São adultos, idosos e principalmente crianças que necessitam muito desses cuidados”, explicou o médico Patrick Araújo. Cerca de 100 quilos de medicamentos e 300 caixas de hipoclorito de sódio, para o tratamento da água, foram levados para o município.

Dois rios, uma tragédia

À beira do rio Maú, próximo à sede do Uiramutã, está a comunidade Erenmutan Ken. O local se tornou um centro de acolhimento de indígenas de localidades próximas, atingidas pela enxurrada. “Tem pelo menos 15 famílias, 180 pessoas que não têm comida, nem roupa, nem nada. A ajuda chegou numa boa hora”, contou o tuxaua da comunidade Gilmário Pereira.

Do outro lado do Uiramutã, na comunidade Ximaral, foi o rio Uailã que trouxe a tragédia. “Acordamos com a água batendo no fundo da rede. Foi tudo muito rápido, mal tivemos tempo de sair correndo. A água levou galinhas, perus, cachorros, plantações e casas… Levou tudo”, contou Isaías da Silva, morador da comunidade que reúne 43 pessoas.

MONITORAMENTO – A Defesa Civil e servidores das secretarias de Agricultura, Trabalho e Bem-Estar Social e Infraestrutura continuam na região fazendo levantamento das necessidades de cada uma das comunidades para que o Governo do Estado possa atendê-las. Um dos pedidos mais comuns dos tuxauas é telha para refazer a cobertura das casas, que foi arrastada pela água. A maioria das construções tem as paredes de “pau a pique”, coberta por telha de amianto.

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