PROTEÇÃO

Governo Federal realiza mais de 6 mil ações contra garimpo ilegal na TI Yanomami e causa R$ 477 milhões em prejuízos

Operações integradas reduziram em 98% as áreas de exploração ilegal. Ações também incluem reforço na saúde, segurança e direitos humanos das comunidades indígenas

Operação na Terra Indígena Yanomami. (Lucas Leffa/Secom)
Operação na Terra Indígena Yanomami. (Lucas Leffa/Secom)

Entre 2023 e 2025, O Governo Federal promoveu 6.425 ações de combate ao garimpo ilegal e de apoio humanitário na Terra Indígena Yanonami (TIY). As operações coordenadas pela Casa Civil e integradas por diversos ministérios e órgãos federais, resultaram em R$ 477 milhões em prejuízos às atividades criminosas, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (11).

Somente na semana passada, uma operação nas proximidades de Boa Vista resultou na apreensão recorde de 103 quilos de ouro extraído ilegalmente. Com isso, o total confiscado desde o início da força-tarefa chega a 138 quilos, avaliados em R$ 82,2 milhões.

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, destacou que as medidas vem sendo construídas com diálogo junto às lideranças. “O governo Lula estabeleceu um marco histórico nessas ações integradas, garantindo saúde, diálogo e segurança para os povos indígenas e a população de Roraima”, disse.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, ressaltou que a atuação atual busca reverter um cenário crítico. “Depois de quatro anos de descaso e omissão (2019–2022), que colocaram em risco a vida e dignidade das comunidades indígenas, nossa gestão avança concretamente na proteção dos povos Yanomami, Ye’kwana e Sanöma”, afirmou.

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Queda do garimpo

De acordo com a Casa do Governo, o cerco às rotas e à infraestrutura do garimpo reduziu em 98% as áreas de exploração ilegal na TIY. Desde 2023, as forças federais destruíram 627 acampamentos, 207 embarcações e 29 aeronaves, além de inutilizar mais de 112 mil litros de diesel e 12 mil litros de gasolina. Também foram desativadas 59 pistas de pouso clandestinas.

A chamada “Operação Asfixia” mantém ações surpresa para desarticular o garimpo. Em junho, foram registradas mais de 220 horas de voo para localizar e destruir estruturas de apoio aos criminosos.

Ações humanitárias

Paralelamente às medidas repreesivas, o Governo Federal tem ampliado serviços na região. Entre entregas previstas estão o polo de saúde em Surucuru, o Centro de Referência em Direitos Yanomami e Ye´kwana (CRDHYY) e o Centro Integrado à Criança Yanonami e Ye´kwana (CAICYY)

Em várias comunidades, a retomada do cultivo de culturas tradicionais tem fortalecido a subsistência e a autonomia produtivaa das famílias.

Contexto da crise

A TI Yanomami enfrenta impactos severos do garimpo ilegal desde 2021, quando houve avanço da atividade e redução das ações de fiscalização. O cenário gerou aumento de casos de malária, COVID-19, contaminação por mercúrio, conflitos e violência sexual.

Relatórios da Hutukara Associação Yanomami e da Associação Wanassedume Ye’kwana apontam que, até 2020, cerca de 2,4 mil hectares de floresta haviam sido degradados, especialmente nas bacias dos rios Uraricoera, Mucajaí, Catrimani e Parima. A destruição afastou a fauna e prejudicou a caça e a pesca tradicionais, agravando a insegurança alimentar.

Antes da atuação integrada iniciada em 2023, o garimpo na região já operava em larga escala, com infraestrutura permanente e acampamentos consolidados, situação comparada ao período anterior à demarcação da TI Yanomami, em 1992.

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