Cotidiano

Garimpeiros negam envolvimento em tiroteio e dizem ser contra violência

Segundo Josias Licata, presidente da cooperativa, as informações ainda estão sendo apuradas e uma nota oficial deverá ser divulgada em breve

A informação de que garimpeiros e indígenas entraram em conflito em terra indígena yanomami na manhã de ontem, 10, foi negada pelo presidente da Cooperativa dos Garimpeiros de Roraima, Josias Licata. O mesmo afirma que quem atua no garimpo na região é contra a violência e à favor de um acordo para mineração legalizada.

Segundo Licata as informações ainda estão sendo apuradas e uma nota oficial deverá ser divulgada em breve pela cooperativa, após os membros conseguirem ir até o local. No entanto, a informação levantada até o momento, é que se trata de um outro conflito na região, que deverá ser apurada pela Polícia Federal e o Exército Brasileiro.

“Nesse local não existe nenhum garimpeiro. Garimpeiro não está aí, está dentro do mato”, disse. “Muitos garimpeiros estão passando a situação. Está muito cedo pra gente poder afirmar do que tem acontecido”, completou. “A minha manifestação é para não apoiar a violência e esse tipo de conflito na área”, acrescentou.

O presidente da cooperativa reforçou ainda que os garimpeiros são contra violência e que não apoiam o conflito, afirmando ser à favor de um termo de ajustamento de conduta (TAC) para adequar as regras para mineração no estado.

“Se sentasse com as associações de garimpeiros e os representantes indígenas, para firmar um TAC de ajuste de conduta, para poder chegar em um resultado mais plausível e mais confortável para todos os lados. Garimpeiro não quer briga com indígena, garimpeiro só pensa em trabalhar e não guerrear”, disse.

FACÇÃO – Uma das informações circulando em um grupo de garimpeiros, em mensagens de aplicativo indica a possível participação do crime organizado no garimpo em Roraima. Em um áudio circulando, uma pessoa ainda não identificada afirma que “uma canoa da facção” subiria o rio em direção à Base dos Americanos.

Questionado sobre a possibilidade de facções criminosas na região, o presidente da cooperativa afirma que deixará a identificação dos envolvidos para a Polícia Federal.

“Eu prefiro que a polícia fale, eu represento garimpeiro. Mas não só facção criminosa, como pessoas de outros países que a gente tem conhecimento. Já fiz essa denúncia e vou fazer mais uma vez, cobrando responsabilidade do Governo Federal. Quem tem que qualificar se os camaradas são de facção criminosa é a polícia”, afirma.

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