Cotidiano

Evento trabalhista adota tema voltado a imigrantes

O sétimo Encontro Estadual de Políticas Públicas de Emprego, Trabalho e Renda tratou da atual crise migratória, e em como sua mão de obra pode impulsionar a economia roraimense

O sétimo Encontro Estadual de Políticas Públicas de Emprego, Trabalho e Renda, realizado na sexta-feira, 23, no auditório da Secretaria Estadual de Trabalho e Bem-estar Social (Setrabes), teve como novidade, a inclusão de imigrantes no mercado de trabalho como uma forma de incentivar o setor comercial do estado, uma vez que Roraima conta, atualmente, com mão de obra de sobra para o desenvolvimento de empreendimentos e lojas.

O evento, considerado tradicional na discussão de direitos trabalhistas, é uma realização da Comissão Estadual de Emprego de Roraima (Coer), com representação do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a Fundação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Roraima (Fecomércio), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Rede Cidadania, da Setrabes.

Segundo a organizadora do evento, e atual presidente da Coer, Antônia Matias, o seminário é uma forma de unir diferentes ideais, das classes governamental, empresarial, e trabalhadora, para que haja o debate de ideias e projetos que impulsem a geração de emprego em Roraima.

“Esse evento é uma forma de discutirmos políticas públicas junto a órgãos que abranjam as classes. Busca a conciliação entre as partes, por meio de ações, como o seguro-desemprego, que dá oportunidade de qualificação profissional através do Sine. Temos balcão de emprego, balcão de oportunidade, além de ações coordenadas pelo Sebrae, tudo para que a economia do estado como um todo seja beneficiada”, explicou.

Para o oficial de relações institucionais do Alto Comissionado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) e representante do órgão no evento, Pablo Matos, talentos que imigrantes Warao, como o artesanato possuem podem ser utilizados para impulsionar a economia e cultura no estado.

“É importante fazer uma visão laboral dos imigrantes, destacando quais as especialidades e qualificações que cada um deles possui. A ideia de, por exemplo, ingressar quem trabalha com artesanato, como é o caso dos indígenas Warao, em feiras livres, já mostra como um ótimo incentivo a propagar um pouco até da própria cultura deles, o que enriquece a sociedade”.

Ele também destacou que em longo prazo, o incentivo da inserção de imigrantes no mercado pode atrair empreendimentos para o estado, uma vez que a mão de obra, que existe em peso, pode agregar para quem busca investir em Roraima.

“Para os não indígenas, as oportunidades são bem mais variadas. Até porque muitos possuem qualificação profissional e estão aptos a mostrar suas especializações no mercado. Em um primeiro momento, imagino isso impulsionando o turismo em Roraima. Em longo prazo, eu vejo que isso pode mudar um pouco a cara que o estado possui de ter seu sustento econômico, a base, na maior parte, do serviço público. Com os imigrantes impulsionando a economia, Roraima pode se tornar mais atraente comercialmente, como é o caso de cidades maiores, que se desenvolveram na parte empresarial da mesma forma, com ajuda de migrantes”, concluiu. (P.B)