Cotidiano

Evento enfrenta falta de interesse em ajudar a treinar pessoas a salvarem vidas

Organizadores de evento social procuraram patrocinadores e apoiadores, mas não houve interesse de entidades e empresas

Em alusão ao Dia Nacional da Reanimação Cardiopulmonar (RCP), acadêmicos de Enfermagem, Medicina e Fisioterapia das ligas de emergência e trauma de Roraima realizaram um evento social sem fins lucrativos e não governamental no dia 27, no Pátio Roraima Shopping, bairro Cauamé, zona oeste. Contudo, apesar do objetivo de treinar a população leiga ter sido atingido, a organização do evento ressaltou a ausência de incentivo e apoio de empresários, entidades e órgãos para melhor realização do evento e treinar o maior número de pessoas para que possam salvar vidas.

Segundo a enfermeira especialista em urgência e emergência e preceptora dos acadêmicos da 1ª Liga Acadêmica Roraimense de Enfermagem em Emergência (LAREE), Gerlivane Alves, os organizadores chegaram a ir atrás de patrocínio e apoiadores, mas nenhum comerciante, empresas ou entidades se prontificaram a apoiar a causa social. A única ajuda que tiveram foi em relação aos fundadores das ligas e acadêmicos já formados.

“Tivemos que bancar todos os custos referentes às camisas, produção de banners e cartazes. Esperamos que no ano que vem tenhamos mais participação de apoiadores. Quanto mais pessoas treinadas, maiores serão as chances de salvar vidas”, disse. Conforme relato de Gerlivane, para cada um minuto que uma pessoa está sofrendo uma para cardíaca e não recebe a massagem, há uma redução de 10% nas chances de sobrevivência.

O evento foi realizado com o intuito de treinar a população leiga de Boa Vista e demais municípios do Estado quanto aos procedimentos de TPC, visando disseminar o conhecimento em situações de emergência, uma vez que a maioria das paradas cardíacas acontece fora do ambiente hospitalar e o primeiro atendimento se torna fundamental para o resgate do paciente. “Uma RPC imediata pode dobrar ou mesmo triplicar as chances de a vítima sobreviver”, relatou a enfermeira.

Durante as sete horas de duração da programação, cerca de 500 pessoas, entre crianças e adultos, foram treinadas entre as quatro estações planejadas pelas ligas: reanimação em adultos, reanimação em crianças, reanimação em recém-nascidos e Manobra de Heimlich, conhecida popularmente como manobra de engasgo. Ao final das quatro estações, as pessoas receberam certificado de participação.

Gerlivane ressaltou que muitas pessoas temeram chegar perto para aprender, relatando que não teriam coragem de realizar a massagem em um caso emergencial. “O evento também tem o intuito de acabar com essa visão, porque um dia pode ser algum conhecido seu, e a RCP faz a diferença para qualquer vítima”, frisou. A enfermeira, que trabalha no setor de trauma, disse que a maioria das pessoas que chegam ao hospital por parada cardíaca não tem reanimação feita pela falta do conhecimento.

Segundo ela, o primeiro ano do evento de RCP foi em 2014, mas Roraima não participou. Em 2015, apenas Roraima e o Amazonas. Esse ano, 13 estados e 22 cidades realizaram simultaneamente a programação.

“Muitas crianças participaram. Estamos com projetos de levar isso para as escolas, mas são projetos. Esperamos ter algum tipo de apoio para realizar isso. Eu vejo um esforço grande de quem está por trás e isso é importante para a população”, frisou.

Participaram da organização a LAREE, a Liga do Trauma de Fisioterapia de Roraima (LTFRR), Liga do Trauma de Roraima (LTRR) e a Liga Acadêmica de Cardiologia de Roraima (Lacardi-RR). (A.G.G)

Compartilhe via WhatsApp.
Compartilhe via Facebook.
Compartilhe via Threads.
Compartilhe via Telegram.
Compartilhe via Linkedin.