Cotidiano

Donas do próprio negócio: empreendedoras representam 30% em RR

Dados também mostram que 92% das empreendedoras atuam sozinhas no próprio negócio

Ao menos 30% das empresas de Roraima são comandadas por mulheres, segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). O dia Mundial do Empreendedorismo Feminino é comemorado neste sábado (19).

Em todo Brasil, a média de mulheres empreendedoras é 34%. No segundo trimestre de 2020, primeiro ano da pandemia, o empreendedorismo feminino era de 33,4%.

Os dados também mostram que 92% das empreendedoras de Roraima atuam sozinhas no próprio negócio, e apenas 8% empregam ao menos uma pessoa. O levantamento é de 2021.

Maria Francisca, de 69 anos, conhecida como Socorro Ervas, trabalha sozinha, mas conta com o apoio do neto, de 21 anos. Há quase duas décadas, ela administra um espaço no Mercado São Francisco, em Boa Vista, de produtos fitoterápicos.


Maria Francisca, conhecida como Socorro Ervas, é dona de loja de produtos naturais e fitoterápicos (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

Maria conta que “começou do nada” após a falência de sua primeira loja, em que vendia roupas. Mas, graças aos conhecimentos repassados pelos avós e mãe durante a infância e juventude no interior do Amazonas, ela viu nos chás e ervas, uma oportunidade de empreender. (Veja a história de Maria Francisca no vídeo abaixo).

“Foi uma grande luta, mas eu venci como empreendedora, graças a Deus deu tudo certo. Eu cheguei aqui sem nada e consegui tudo aqui. Eu tenho carro, eu tenho meu sítio, eu tenho minha loja. Não devo ninguém, ando de cabeça erguida, graças a Deus, tudo certinho. Pago meu INSS, ainda não me aposentei, mas vou me aposentar, né?”, disse

Próximo da loja de Maria, uma outra mulher empreendedora preenche o espaço com cor e regionalidade. Sula Martins, de 60 anos, é dona de uma loja de artesanatos que leva o seu próprio nome. Baiana, porém “roraimada”, já trabalhou como servidora e teve uma loja de confecções. Ela afirma que teve medo, mas hoje, é grata pela decisão de empreender. (Conheça a história de Sula Martins no vídeo abaixo).

“Eu era a “Maria Medo” e eu ultimamente digo para a pessoa: não tenha medo, lute por aquilo que você quer. Eu, com tanto medo que eu tinha, larguei o meu emprego, lutei pela minha loja e hoje eu sou muito grata à minha renda. Eu vivo totalmente daqui, eu não largaria mais por nada. Eu vivo do meu empreendimento”, destaca. 

Dia do Empreendedorismo Feminino

A data foi instituída em 2014 pela Organização das Nações Unidas (ONU), para incentivar e valorizar a entrada das mulheres no mundo dos negócios, estimulando a abertura de novas empresas, impulsionando o crescimento econômico e mudando a realidade de muitas mulheres em diversas regiões do planeta.