Cotidiano

Doações de sangue não serão afetadas, diz Hemoraima

AYAN ARIEL

Editoria de Cidades

Mesmo sem nenhuma evidência ou estudo oficial que aponte uma possível transmissão por via sanguínea do Coronavirus (Covid-19), o Ministério da Saúde (MS) emitiu novas orientações para a doação de sangue em todo o Brasil. A recomendação está valendo desde o dia 21 de fevereiro.

Agora, quem for doador ou tiver o desejo de doar sangue, mas viajou para países onde há registros da doença ou teve contato com pessoas que estejam confirmadamente infectadas ou sob suspeita, terá que aguardar 30 dias para poder realizar a transfusão. Quem possui comprovadamente o Covid-19, deve aguardar três meses após a cura para poder doar novamente e quem doou sangue, mas ficou gripado nas próximas duas semanas, deve comunicar o fato ao Centro de Hemoterapia e Hematologia de Roraima (Hemoraima).

Destacando que a unidade tem uma média de mil bolsas de sangue doadas por mês e 60 mil doadores cadastrados, o chefe da coleta de sangue, Isaías Magalhães, acredita que essa nova medida não influenciará negativamente no quantitativo de doadores e que todos os doadores que passaram na triagem se enquadram no perfil da nova medida.

“Não há motivo para pânico e o importante é que as pessoas continuem doando sangue, pois não há nenhum risco. Além disso, é necessário que as doações se mantenham regulares para podermos atender à demanda do estado”, ponderou Magalhães.

O chefe de coleta de sangue salientou que, desde a sua descoberta, o Coronavírus tem interferido em vários segmentos e eventos, por isso o receio com o procedimento solidário.

“A cada dia que passa, temos mais casos sendo anunciados e afetando muita coisa, por isso foi incluído esse critério para se realizar a doação, mas os outros critérios permanecem. Nós deixamos esse convite para que as pessoas não esqueçam esse gesto”, concluiu.

Doadores aprovam novas orientações do Ministério da Saúde


Doadores falam sobre nova medida e dizem o que pensam da doença (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

A Folha conversou com alguns doadores sobre como eles avaliam essa nova decisão do Ministério de Saúde (MS) em relação à doação de sangue. A novidade foi bem aceita por todos.

“Acredito que seja o certo e essas medidas são bem precisas, porque hoje em dia, se não tiver essa precaução, pode ocorrer essas situações. Como a gente mora do lado da Guiana e da Venezuela, pode ser que lá também possa ter o Coronavírus”, opinou a estudante Geovanna Braga Basílio, de 22 anos, doadora há seis anos.

A dona de casa Daiana Sousa Costa, de 29 anos, que realiza o procedimento há três anos, também aprovou a nova resolução, porém ponderou que deve haver a certeza se o Coronavirus é ou não transmitido por via sanguínea.

“Se não for, é uma medida que ajuda no momento da doação. Mas independente de estarmos passando por um momento alarmante por causa do Coronavírus, temos que doar sangue sim. No nosso estado, tem muito acidente, então se tivéssemos mais gente doasse, seria melhor”, disse a dona de casa.

Já o estudante João Gondim, de 21 anos, que faz a doação de sangue há pelo menos quatro anos, argumentou que o sangue que é doado deve ter padrões de qualidade e higiene. 

“Como o surto de corona vírus afetou diversos países, o Brasil adotando essas medidas, previne a proliferação desse novo vírus; e pelo que vi, os estudos estão ganhando força agora e ainda há muito pra se explicar e entender”, finalizou o estudante.