Cotidiano

Desmatamento cresce 73% de janeiro a abril em Roraima, aponta Imazon

Devastação passou de 63 km² de janeiro a abril de 2022 para 107 km² no mesmo período deste ano.

O desmatamento em Roraima, entre janeiro e abril deste ano, cresceu 73% em relação ao mesmo período do ano passado. O estado vai na contramão dos dados registrados na Amazônia, que teve uma queda de 36% na devastação. O levantamento é Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e foi divulgado nesta quarta-feira (17).

No ano passado, a área devastada em Roraima era de 63 km² entre janeiro a abril. No mesmo período deste ano, pulou para 107 km². A pressão que afetado tanto terras indígenas, como a Yanomami, como assentamentos roraimenses do Paredão, o Caxias e o Taboca, todos territórios entre os 10 mais desmatados em suas categorias em abril.

Em relação à Amazônia, apesar da redução no primeiro quadrimestre deste ano, ainda não foi suficiente para tirar 2023 do pódio das maiores áreas desmatadas de janeiro a abril em 16 anos.

Conforme o monitoramento por satélites do Imazon, a destruição acumulada no período chegou aos 1.203 km², a terceira maior desde 2008, quando a medição foi implantada. Este ano só não teve os piores primeiros quadrimestres do que 2021 e 2022, quando a devastação aumentou expressivamente na região.

Apenas em abril, a queda no desmatamento chegou aos 72%, passando de 1.197 km² em 2022 para 336 km² em 2023. Diminuição que precisa seguir durante o chamado “verão amazônico”, época de seca na região, que inicia entre maio e junho, quando a derrubada costuma ser maior.

“Essa redução observada em abril é positiva, porém a área desmatada ainda foi a quarta maior desde 2008 para o mês. Isso indica que precisamos implantar ações emergenciais de fiscalização, identificação e punição aos desmatadores ilegais nos territórios mais pressionados, focando nas florestas públicas que ainda não possuem uso definido e nas áreas protegidas, principalmente com a chegada do verão amazônico, onde historicamente o desmatamento tende a aumentar”, afirma Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon.

Apesar de terem registrado queda no desmatamento, Mato Grosso, Amazonas e Pará seguem como os estados com as maiores áreas derrubadas na Amazônia. De janeiro a abril deste ano, Mato Grosso devastou 400 km² de floresta, Amazonas 272 km² e Pará 258 km², o que representa 33%, 23% e 21% do total na região. Ou seja: juntos, esses estados foram os responsáveis por 77% da floresta destruída no primeiro quadrimestre de 2023.