Cotidiano

Crise econômica não afeta número de matrículas em escolas particulares

A rede privada de educação de Roraima não registrou queda no número de matriculados

A crise econômica que afeta o Brasil desde 2015 tem atingido negativamente muitos setores da cadeia produtiva e do mercado financeiro. Na área de ensino privado, o impacto foi percebido pelas escolas particulares diante da perda de 10% a 12% das matrículas em 2016, conforme divulgou a Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep).

No entanto, em Roraima, a presidente do Sindicado dos Estabelecimentos Privados de Ensino (Sindepe-RR), Susanmara Valle, informou que o segmento se manteve estável e não apresentou redução no número de alunos matriculados. Segundo ela, a educação é considerada prioridade em Boa Vista e as escolas se organizaram com planos que ofertam descontos e bolsas.  

Susanmara disse que um dos motivos para que o setor não seja afetado no Estado é a realidade diferenciada dos grandes centros do País, pois a economia local é voltada para o funcionalismo público, o que garante estabilidade. Citou como exemplo a situação das escolas particulares de Manaus (AM), onde, segundo ela, a evasão de alunos é considerada alta. “Além da importância do ensino de qualidade, existe a economia do funcionalismo público, que permite condição financeira estável”, disse.

Um dos principais argumentos apresentados pelos pais para manter os filhos no ensino privado, citado por ela, é a garantia de que não haverá greves de profissionais, e que as aulas serão desenvolvidas no tempo previsto, com uma grade curricular que inclui opções além das oferecidas pela grade da rede pública, envolvendo esporte, cultura, disciplinas e atividades extras. “Com isso foi possível não sentir os efeitos da crise. Em algumas escolas, por exemplo, houve aumento no número de alunos matriculados. Além de Roraima, o estado do Acre também manteve o quantitativo de alunos estável”, comentou Susanmara.

Na realidade nacional, o maior registro de saída de estudantes de estabelecimentos privados ocorre nas famílias das classes C e D, sendo as que mais sentiram os ganhos de poder aquisitivo antes da crise e da desaceleração econômica, conforme identificou a Fenep.

Em Boa Vista, são 46 instituições de ensino particulares. Destas, ela disse que 12 oferecem ensinos Fundamental e Médio e 34 possuem turmas até o quinto ano e são subordinadas ao Conselho Municipal de Ensino de Boa Vista (CME/BV). “A escola hoje é considerada uma prioridade. Uma boa qualidade de ensino favorece melhor preparação para o ingresso em cursos de graduação bem concorridos, como Medicina e Engenharia”, comentou a presidente.

Segundo ela, 80% dos alunos de escolas particulares optam por cursos da Universidade Federal de Roraima (UFRR). “Os pais de alunos querem qualidade e as escolas particulares oferecem isso com uma boa estrutura e professores preparados”, considerou. (A.D)

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