Cotidiano

Cresce tendência de homens ajudando nos afazeres domésticos

Pesquisa aponta que no ano passado 4% da população de Roraima, com 14 anos ou mais de idade, já fizeram algum tipo de trabalho voluntário

A tendência de homens que estão dividindo as tarefas de afazeres domésticos com as mulheres vem crescendo em Roraima. É o que aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C), referente a 2017 e 2018, divulgada nessa sexta-feira, 26, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) em Roraima. Além das tarefas do lar, é investigado o trabalho para ocupação, o cuidado de pessoas, o trabalho voluntário e a produção para o próprio consumo. 

Em 2018, a pesquisa aponta que 84,1% das pessoas de 14 anos ou mais de idade realizaram alguma das atividades domésticas em Roraima, seja no próprio domicílio ou em de parente. Em comparação com 2017, quando a taxa de realização de afazeres foi de 79,3%, houve um acréscimo de 4,8 pontos percentuais. Ainda que a taxa de realização de afazeres para os homens em Roraima tenha aumentado mais que a taxa para as mulheres (7,4 pontos percentuais entre eles, frente a 2,2 pontos percentuais entre elas) entre 2017 e 2018, ainda se mantém a discrepância entre homens e mulheres. Assim, enquanto 78,1% dos homens em Roraima realizaram afazeres domésticos em 2018, a taxa de realização de afazeres era de 90% entre as mulheres, uma diferença de 11,9 pontos percentuais. Contudo, esta diferença já foi de 19,2 pontos percentuais em 2016, caindo para 17,1 pontos percentuais em 2017, o que indica uma tendência de redução nesta discrepância entre sexos no Estado. 

VOLUNTÁRIO – A pesquisa aponta que no ano passado 4% da população de Roraima, com 14 anos ou mais de idade, já fizeram algum tipo de trabalho voluntário. Em 2017, essa taxa era de 3,3%. Portanto, houve um aumento de 0,7 ponto percentual no período 2017 e 2018. 

A análise por sexo aponta que Roraima foi o único Estado, em 2018, que não apresentou variação entre homens e mulheres, ambos mantiveram o mesmo percentual (4%). A Região Norte, que tinha a maior taxa de realização de trabalho voluntário em 2017, teve uma redução de 1,2 ponto percentual na taxa em 2018, passando para 4,6%, semelhante à das regiões Sudeste e Centro-Oeste. A Região Sul teve a maior taxa de realização em 2018, 4,9%. Já a Região Nordeste continua com a menor taxa de realização de trabalho voluntário, 3,1% em 2018. 

O roraimense dedicou em média 7,5 horas a trabalho voluntário na semana de referência, sendo que os homens dedicaram 8 horas e mulheres dedicaram 7 horas. Esta diferença somente foi superada pelo Estado de Alagoas, onde os homens fizeram 2,1 horas a mais de trabalho voluntário do que as mulheres. 

Os resultados desta pesquisa apontam que a taxa de realização de trabalho voluntário, em Roraima, tende a crescer com a idade. As pessoas de 50 anos ou mais de idade apresentaram uma taxa de realização de trabalho voluntário de 5,2%, enquanto para os jovens de 14 a 24 anos de idade foi de 2,3%. A análise por nível de instrução mostra que a realização de trabalho voluntário em Roraima aumenta quanto maior for a escolaridade. Desta forma, a taxa de realização era de 2,2% para as pessoas sem instrução ou com ensino fundamental incompleto e de 8,6% para aquelas com ensino superior completo. Esta tendência foi observada para todas as regiões do País.

Cresce produção para consumo próprio em Roraima 

A PNAD aponta ainda que a taxa de produção para o consumo próprio vem crescendo em Roraima desde 2016, quando a pesquisa apontou 7,2%, passando para 7,4% em 2017 e chegou a 7,8% no ano passado. 

Este crescimento também ocorreu nas regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste, onde a taxa de realização, em 2018, alcançou 10,9%, 4,7% e 7,0%, respectivamente. A Região Nordeste apresentou a maior taxa de realização em 2018, posto que era ocupado pela Região Norte em 2017. Contudo, no Nordeste houve redução da taxa de realização entre 2017 e 2018. Por outro lado, a Região Sudeste continua com a menor taxa de realização, apesar da tendência de crescimento. 

ESCOLARIDADE – A taxa de realização de produção para o próprio consumo tem relação inversa com a escolaridade, ou seja, quanto maior a escolaridade, menor a taxa. Assim, em 2018, a pesquisa apontou que 14,2% das pessoas sem instrução ou com ensino fundamental incompleto realizaram produção para o próprio consumo, enquanto 4,3% daquelas com ensino superior completo o fizeram. 

ATIVIDADES – Em relação às atividades de próprio consumo, 84,9% dos roraimenses que participaram da pesquisa afirmaram realizar cultivo, pesca, caça e criação de animais em 2018. Outros 10,4 % estão na fabricação de calçados, roupas, móveis, cerâmicas, alimentos ou outros produtos, 9% realizaram atividades na área de produção de carvão, corte ou coleta de lenha, palha ou outro material e 7,7% trabalharam em construção de prédios, cômodo, poço ou outras obras para próprio uso. Lembrando que uma pessoa pode ter realizado mais de um tipo de atividade. (R.R)