Cotidiano

Cooperbras tem mais de 400 médicos prestando serviço ao estado

Cooperativa atende todas as unidades hospitalares administradas pelo estado, conforme a necessidade

Embora a operação Hipócrates, da Secretaria de Segurança Pública (Sesp) e a Polícia Civil de Roraima (PCRR), investigue a suposta irregularidade no cumprimento da jornada de trabalho de médicos efetivos (concursados) e membros da Cooperativa Brasileira de Trabalho Múltiplo de Saúde (Coopebras), o gerente geral dessa instituição, Valdan Barros, informou que a cooperativa só gerencia os médicos cooperados, cuja escala de plantão é definida pela unidade hospitalar. “Nosso contrato com a Secretaria de Saúde é disponibilizar mão de obra médica. Se um hospital precisar, por exemplo, de 20 profissionais, mandaremos essa quantidade. Só que a unidade hospitalar não pede para a Cooperativa, mas para a Sesau que analisa a necessidade e aprova ou não. Caso aprove, a secretaria nos informa que determinado hospital está precisando de médicos e a gente apresenta esses profissionais”, ressaltou.

Segundo Barros, a Cooperbras tem mais de 600 médicos cooperados em Roraima, e todos esses profissionais podem ser disponibilizados para a Sesau. “Só que a demanda quem gera é a própria secretaria, sendo que não é fixa e varia conforme o pleito, mas é sempre mais de 400 médicos que trabalham nesse contrato firmado com o governo. Atendemos não somente o Hospital Geral de Roraima, mas outras unidades administradas pelo estado, inclusive no interior. Cada especialidade médica tem uma quantidade de profissionais que temos que ter disponível para atender, mas pode ser que a Sesau não utilize toda essa quantidade, o que vai depender da demanda”, comentou o gerente. 

Sobre como funciona a escala de plantão desses médicos, Barros explicou que quem define a escala é a unidade hospitalar, mas só depois de identificar a demanda. “Então o hospital pede da Sesau que analisa e, às vezes, defere ou indefere essa solicitação e diz à cooperativa que está precisando de tantos médicos para tantos plantões. Aí a gente manda os nomes e o coordenador da especialidade médica é quem vai fazer a escala. A Cooperbras não interfere nesse processo, o que só acontece após definida e pegamos uma cópia para fiscalizarmos se o profissional realmente está cumprindo o horário de trabalho. Caso não esteja, providenciamos outro”, disse.

Barros afirmou ainda que já foram identificados médicos cooperados que não foram cumprir a escala de plantão, o que ocorre porque às vezes o coordenador monta uma escala para o mês inteiro. “Como são muitos profissionais, algumas vezes essa escala pode sofrer alterações, e quando acontece temos que providenciar outro profissional para substituir o anterior que não recebe por não ter cumprido o trabalho”, garantiu o gerente da Cooperbras. 

“Prestamos serviços médicos para o Estado, recebemos por isso e pagamos os profissionais. A diferença é que nossos médicos são cooperados. Portanto, não temos poder sobre a escala que a Sesau faz para os médicos efetivos, não somos fiscalizadores dessa escala, se eles trabalharam ou não. Por exemplo, se tem cinco médicos plantonistas e três são cooperados e dois concursados e um dos nossos faltar, temos que suprir. Mas se um médico efetivo faltar, não muda nada na nossa folha de pagamento, a não ser que esse concursado também seja um cooperado, pois temos a obrigação de substituí-lo”, explicou o gerente da Cooperbras.

OUTRO LADO – Na manhã dessa sexta-feira (26), a reportagem enviou demanda para a Secretaria de Saúde do estado, que informou que está fazendo um levantamento das informações solicitadas, mas até o fechamento da matéria não informou o que precisava. 

A equipe entrou em contato com o secretário-adjunto da Saúde, Elias Carvalho Souza. Ao ser informado que o assunto seria escala de plantão da Cooperbras e dos médicos concursados do estado, disse ao repórter que essas informações poderiam ser adquiridas com a direção clínica do Hospital Geral de Roraima. (E.R.)