Cotidiano

Contra todas as formas de violência no ambiente de trabalho

A nota é assinada pela Central Única dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Estado de Roraima (CUT/RR), Coletivo ElasPorElas e Núcleo de Mulheres de Roraima (NUMUR)

A Central Única dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Estado de Roraima – CUT/RR, O Coletivo ElasPorElas e Núcleo de Mulheres de Roraima – NUMUR vem manifestarem  profundas indignações frente aos relatos de assédio moral e sexual praticados pelo gerente de jornalismo – Edison Castro contra a jornalista Ellen Ferreira, fatos estes também partilhados pelos colegas na Rede Amazônica, afiliada da rede Globo em Roraima. Vale registrar que há outras denúncias que pesam sobre a conduta do gerente quando atuou na afiliada de Tocantins, TV Anhanguera.

É de conhecimento que Ellen foi demitida após formalizar denuncia aos superiores hierárquicos, caracterizando assim o assédio moral vertical. Ademais em dossiê elaborado pela profissional constam denúncias de racismo, injúria racial (considerados crimes imprescritíveis), entre outros,  como ódio as pessoas LGBTI.

Sabemos que as mulheres seguem em condições desiguais no mercado de trabalho, que vai desde os menores salários, a postos de trabalho temporários, flexibilizados e precarizados. Além de comporem o maior contingente de pessoas na informalidade, ou seja, sem direitos garantidos. Ao sofrerem assédio moral e sexual e procurarem seus direitos ainda são punidas com a demissão, o que evidencia a violência de gênero enraizadas nas organizações e demonstrada no caso em epigrafe.

O assédio moral e sexual ainda é uma realidade no país que alimenta nas relações de trabalho a dominação masculina, não foi a atoa que o Brasil foi denunciado pela OIT nos anos de 1990, quando empresários exigiam teste de gravidez e atestado de laqueadura para efetivar a contratação de mulheres. Agora a opressão tem outras roupagens, com o cumprimento de metas abusivas que adoecem e comprometem a saúde mental e física das trabalhadoras.

Dados divulgados pela Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) em 2017, apontam que uma em cada duas jornalistas sofre violência de gênero no trabalho, sendo que mais de 66% não apresentam denúncia formal sobre os casos, e das que denunciaram 84,8% não consideram que foram tomadas medidas adequadas em todos os casos contra os infratores.

Apesar do assediador ter sido demitido após mediação entre o Ministério Público de Roraima e o Sindicato dos Jornalistas de Roraima (SINJOPER), a responsabilidade da emissora não se encerra. É preciso viabilizar suporte psicológico aos profissionais atingidos, bem como construir um ambiente de trabalho saudável para suas respectivas equipes. Queremos Justiça, e conclamamos pela imediata reintegração da profissional Ellen Ferreira nos quadros da afiliada.

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