Cotidiano

Conscientização da sociedade é fundamental para entender a doença

Cerca de 300 pessoas são portadoras de Lúpus em Roraima; Estado dispõe de um especialista para tratar pacientes

O Dia Internacional de Atenção à Pessoa com Lúpus é celebrado hoje, 10, em todo o mundo. A Associação de Pacientes de Lúpus em Roraima (APL-RR) inicia, nesta quarta-feira, a campanha de combate à doença com o intuito de conscientizar a sociedade sobre os sintomas e a importância do tratamento precoce, que garante melhor qualidade de vida aos pacientes.

No Estado, conforme a Associação, existem aproximadamente 300 pessoas com a doença. Já no Brasil, este número gira em torno de 200 mil. O Lúpus é autoimune e pode atingir vários órgãos, incluindo pele, articulações, rins, pulmões e coração. Por isso, o tratamento precoce é importante para evitar complicações.

Em Boa Vista, a APL vai realizar atividades educativas para conscientizar a sociedade sobre o problema. Até o final de maio, os 58 associados distribuirão panfletos em pontos estratégicos da Capital com orientações sobre os primeiros sintomas da doença. “A população precisa estar atenta para evitar qualquer problema causado pela doença”, disse a presidente da Associação, Ildelene Ferreira.

A conscientização da sociedade é fundamental por possibilitar o entendimento da doença, fato que beneficia milhares de pacientes. “O Lúpus é complexo e de difícil diagnóstico. A nossa ideia é divulgar alguns conhecimentos básicos sobre a doença porque muitas pessoas não fazem o tratamento por não entendê-la, por não saber da importância do acompanhamento médico”, ressaltou.

O evento em alusão ao Dia de Atenção à Pessoa com Lúpus acontece no dia 26 de maio, na área externa do Hospital Coronel Mota, na Rua Coronel Pinto, Centro da Capital, onde serão realizadas palestras por nutricionistas, cardiologistas, reumatologistas e pediatras. “Os profissionais vão abordar questões alimentícias e de reabilitação de pessoas com Lúpus. Também serão oferecidos serviços de corte de cabelo e aferição de pressão para os participantes, além de outras atividades”, disse.

LÚPUS – O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença inflamatória crônica de origem autoimune. Os sintomas podem surgir em diversos órgãos de forma lenta e progressiva, em meses ou em semanas, e variam com fases de atividade e de remissão.

Atualmente, são reconhecidos dois tipos principais de Lúpus: o cutâneo, que se manifesta com manchas avermelhadas na pele, principalmente nas áreas expostas à luz solar como o rosto, as orelhas e os braços; e o sistêmico, que ataca um ou mais órgãos internos. Alguns sintomas da doença são gerais, como a febre, emagrecimento, perda de apetite, fraqueza e desânimo. Outros são específicos de cada órgão como dor nas juntas, manchas na pele, inflamação da pleura, hipertensão ou problemas nos rins. (B.B)

Estado possui apenas um especialista para atender pacientes com Lúpus

Conforme a presidente da Associação de Pacientes de Lúpus (APL), Ildelene Ferreira, o Estado conta com apenas um reumatologista, que é especialista no atendimento a pacientes com Lúpus, para atender toda a demanda do Estado. “A gente conta com apenas um médico para cerca de 300 pessoas que têm Lúpus. Gostaríamos que o Governo do Estado se mobilizasse no sentido de contratar outros reumatologistas. A doença é agravante e deve ser acompanhada com auxílio de um profissional. Trata-se de uma necessidade social”, argumentou Ildelene.

A falta de especialistas prejudica os pacientes que precisam de atenção. “Muitos portadores da doença reclamam da demora do diagnóstico e alguns acabam desistindo. O processo só é feito quando o reumatologista está disponível, mas é difícil porque apenas um atua aqui”, alertou.

GOVERNO – Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) informou que estuda alternativas para aumentar o número de vagas em especialidades médicas, priorizando as que possuem uma maior demanda para melhorar o atendimento à população. “Em relação à estatística, a doença não tem notificação compulsória. Os casos não têm notificação obrigatória, motivo pelo qual a Sesau não dispõe do número de pessoas que têm Lúpus”, acrescentou. (B.B)