Cotidiano

Comunidades indígenas do Norte pedem ajuda

Estiagem em algumas localidades leva as pessoas a caminharem cerca de uma hora em busca de água para beber e para os animais

A previsão climática para os próximos dias ainda não é satisfatória para Roraima, principalmente para os municípios localizados na região Norte, os quais foram mais afetados pela falta de água, a exemplo de comunidades indígenas que dependem do abastecimento para irrigar a produção comunitária e suprir as necessidades das famílias.

As chuvas devem continuar abaixo da média pelo menos nos próximos 15 dias, conforme previsão do Instituto Climatempo. Com isso, inúmeras famílias que integram a comunidade de Sorocaima I e II, no Município de Pacaraima, continuam sofrendo os efeitos da forte estiagem, tendo que caminhar cerca de uma hora para conseguir água para abastecerem seus reservatórios e garantirem a alimentação das pequenas criações.

“Aproveitamos quando o dia está amanhecendo e saímos em busca de um pequeno córrego de água que ainda está suprindo a demanda das duas comunidades. Não sabemos como vai ficar esta situação nos próximos dias, já que o forte calor está intenso. Quase não temos mais água para nossas necessidades básicas, tendo que repartir muitas vezes para as pequenas criações que possuímos. Se não for disponibilizada uma ajuda emergencial, a solução será abandonar nossas casas e buscar outro refúgio até minimizar esta situação”, relatou um dos líderes indígenas da região, que optou pelo anonimato.

O líder indígena acrescentou que a ajuda disponibilizada pelo Governo do Estado não está sendo suficiente, pois a crise hídrica tem afetado diretamente a produção de mandioca, milho e hortaliças. “Queremos alertar que a situação chegou ao extremo, já que contabilizamos prejuízos na produção de subsistência da nossa comunidade. Sem plantar, não temos como colher e alimentar nosso povo”, acrescentou.

GOVERNO – Em contato com o chefe da Defesa Civil em Roraima, coronel Cleudionar Ferreira, o mesmo informou que existe o suporte de carros pipas que estão atendendo tanto a sede de Pacaraima quanto as comunidades indígenas mais próximas.

“Estamos trabalhando em parceria com o Exército Brasileiro, que tem nos ajudado nesta operação. O que pode ter acontecido é que em algumas localidades, pela dificuldade do acesso de veículos de grande porte, pode ter havido o desabastecimento momentâneo de água potável, o que já foi solucionado com a colocação de um caminhão de pequeno porte, com capacidade de sete mil litros, que está suprindo esta demanda”, informou. (RG)