Cotidiano

Comunidade terapêutica pede ajuda para manter trabalho em Roraima

Em Roraima, projeto recuperou mais de quatro mil pessoas em 12 anos de existência. Atualmente, o projeto acolhe 50 pessoas e conta com 12 colaboradores internos e mais de 200 externos

A comunidade terapêutica Fazenda da Esperança pede ajuda para manter a recuperação de dependentes químicos em sua sede local, no Município de Iracema, a 93 quilômetros da capital Boa Vista.

Das principais fontes financeiras da fazenda, estão a venda de alimentos, como bolos, pães, biscoitos, bananas e mamão, além de recursos públicos, da Igreja Católica e de apoiadores. O projeto recebe apoio do Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR), por meio do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Proteção à Saúde Pública.


Padre Vinícius Gouvêa, coordenador da Fazenda da Esperança na região Norte (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

“É bonito perceber como as pessoas nos acompanham, participam conosco. Em um primeiro momento agradeço o carinho das pessoas e todo comprometimento ao longo desses anos, e uma vez mais pedir o apoio para adquirir os nossos produtos. Em cada potinho de biscoito, pão, bolo, salgado, e também nas frutas, por detrás, uma vida está sendo transformada”, disse o padre Vinícius Gouvêa, coordenador da Fazenda da Esperança na região Norte.

A fazenda também pede doações de alimentos e materiais de higiene e limpeza. Os donativos podem ser entregues no escritório do projeto, localizado na rua Espírito Santo, 327, bairro dos Estados, em Boa Vista. Os contatos para informações são: (95) 99129-5934 e 99131-4339.


Trabalho de plantio é uma das formas de os atendidos pelo projeto ocuparem a mente (Foto: Divulgação)

A fazenda possui 12 mil plantas de mogno africano e uma área de dois hectares de plantio e colheita de frutas diversas, como mamão, banana, castanha, cupuaçu e cacau. A comunidade também planeja plantar açaí. O trabalho de plantio é uma das formas de os atendidos pelo projeto ocuparem a mente.

‘Pedagogia do amor’ na recuperação

Segundo o padre, o processo de recuperação é chamado de “pedagogia do amor”, com duração de um ano. “Ela é fundamentada em três pilares: ambiente de família, em que há um local seguro, estável, onde a pessoa se sente bem; a espiritualidade, o encontro com Deus; e o trabalho, onde a pessoa se torna protagonista, Ela não é mantida pela igreja, pelo Poder Público ou pela própria família, mas ela percebe: ‘Eu posso me manter, eu sou capaz de produzir, sou capaz de fazer o bem’”, explicou Gouvêa.

Ele disse que a comunidade terapêutica está de “portas abertas” para pessoas que precisam de ajudar para se libertar da dependência química.

A Fazenda da Esperança existe desde 1982 e possui 163 unidades em 24 países. Em Roraima, a comunidade recuperou mais de quatro mil pessoas, média anual de cerca de 300 recuperados em 12 anos de existência. Atualmente, o projeto acolhe 50 pessoas entre 18 e 75 anos e conta com 12 colaboradores internos e mais de 200 externos.