Cotidiano

Comércio de drogas cresce nas praças e em bares de Boa Vista

Aumento no número de apreensões realizadas pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes foi de 45% em relação a 2014

O comércio de venda de drogas vem crescendo na Capital. Prova disso é o balanço divulgado pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes, que revelou um aumento de 45% no número de apreensões de maconha e cocaína na Capital em relação ao ano passado. Ao todo, 70 quilos de drogas foram apreendidos somente no primeiro semestre de 2015.

Em comparação ao ano passado, a DRE apreendeu 22 quilos a mais de drogas na Capital. Foram 17,6 quilos de cocaína e 51,6 quilos de maconha. O comércio ilegal também movimentou bastante dinheiro. Foram quase R$ 50 mil em espécie apreendidos nas mãos dos traficantes. Número bastante superior ao mesmo período de 2014, quando somente R$ 25 mil foram recolhidos pela polícia.

A estatística também considerou um aumento na quantidade de operações de combate ao tráfico de drogas desencadeadas pela Polícia Civil de Roraima. Foram 49 operações e 54 pontos de vendas de droga desarticulados nos primeiros seis meses deste ano. Em 2014, as 40 operações resultaram na desarticulação de 40 pontos de comércio de drogas.

Somente no primeiro semestre deste ano, 37 pessoas foram presas em flagrante por tráfico de drogas na Capital e nove mandados de prisão contra traficantes foram cumpridos. Foram 86 pessoas, sendo 56 homens e 30 mulheres presas acusadas de comercializarem drogas em Boa Vista.

Para o diretor do Departamento de Narcóticos da Polícia Civil (Denarc), Márcio Amorim, o comércio de drogas na Capital é bastante diversificado, por ser realizado em vários pontos da cidade. “São locais conhecidos, como as praças Germano Augusto Sampaio [Pintolândia] e Mané Garrincha [Tancredo Neves], além de bares. O maior deles, que é o Caetano Filho, conhecido como Beiral [no Centro]”, disse.

O delegado acredita que é preciso fazer um trabalho social nesses locais que concentram grande parte dos usuários, muitos em condições deploráveis. “Além disso, o tráfico é intenso e é por isso que a Denarc vem trabalhando nessas localidades, mostrando um combate uniforme em toda a Capital”, destacou.

Para tentar combater o comércio de entorpecentes, Amorim relatou que a delegacia está investindo na repressão qualificada, visando atingir principalmente os traficantes considerados mais perigosos. “Estamos realizando ações de impedimento de bens e outras no sentido de dar um choque no lucro financeiro desses criminosos, que é o que move o comércio aqui na Capital”, explicou.

O levantamento da polícia aponta apenas a apreensão de maconha e cocaína em vários tipos, como pasta base, em pó e líquida, mas o delegado confirmou que existe a venda de crack em Boa Vista. “Existe, mas de uma forma bem minimizada. Segundo o Observatório Nacional de Drogas, o Estado ocupa a última colocação no ranking de consumo e venda desse tipo de droga, que tem um efeito devastador. Apesar disso, nossa obrigação é manter o monitoramento”, ressaltou.

Ele lembrou que o Governo do Estado realizou o lançamento recente do Programa Crack-É possível Vencer, no qual a Denarc trabalha na repressão e na ajuda ao tratamento dos usuários.

Drogas vêm da Venezuela, Guiana e do Amazonas

A tríplice fronteira entre Roraima, Venezuela e Guiana é porta de entrada para o comércio ilegal do tráfico de drogas. Segundo o delegado, Márcio Amorim, não há a fabricação de drogas em Boa Vista. “A cocaína vem da Venezuela, que fica próxima da Colômbia. A maconha, da Guiana, além de algumas quantidades vindas de Manaus”, disse.

Segundo ele, são locais que merecem bastante atenção. “Em algumas operações, nós trocamos informações com as polícias locais e desarticulamos algumas quadrilhas que trazem essas drogas para a Capital”, frisou. (L.G.C)