Cotidiano

Comerciantes reclamam do baixo índice de vendas

De acordo com um dos vendedores, o lucro atual é de aproximadamente 20% do que costumava ser, antes da reforma

Com uma nova infraestrutura e corredores mais largos, fica praticamente impossível de não perceber outra mudança no Mercado Municipal São Francisco: a falta de clientes percorrendo o estabelecimento com sacolas de frutas e verduras. A redução do público também foi sentida pelos comerciantes, que reclamam de uma queda brusca de vendas desde a reforma.

De acordo com alguns comerciantes, o lucro atual representa aproximadamente 20% do que costumava ser antes da reforma. Eles informam que isso acontece por conta das novas regras adotadas pela administração do Mercado Municipal.

Agora, os feirantes podem vender apenas alguns tipos de produtos e não diversos. Por exemplo, em apenas um box era possível encontrar farinha amarela, farinha branca, goma de tapioca, castanhas regionais, ração de animais vendidos por quilo e até enlatados, produtos industrializados, bebidas e refrigerantes. Em outro, uma variedade extensa de frutas, verduras, legumes, ovos, temperos, óleos caseiros e polpas de frutas.

Ao lado, vendas de cosméticos, artigos infantis, produtos de beleza, cremes corporais, enfeites de cabelos e brinquedos. Agora, quem vende grãos regionais só pode revender farinha feita por produtores locais e tem que se manter com algumas das prateleiras vazias.

Quem comercializa produtos industrializados, em pacotes fechados por exemplo, só pode vender os embalados. “Fica difícil por que eu não tenho como concorrer com supermercado”, informou um feirante que preferiu manter a sua identidade preservada por medo de represálias.

Alguns dizem que foram informados da mudança das normas do Mercado e outros alegam que não ficaram sabendo. “Eu vendia muito mais, mas proibiram três produtos para vender. Eu não cheguei a ser informado da mudança e comprei tudo que costumava comercializar, aí tive que arranjar uma outra forma de revender pra não ficar no prejuízo”, comentou.

O consenso é que a venda aumentou somente para quem está nos boxes de restaurante ou para aqueles que não estavam antes na feira e conseguiram um box novo no Mercado. “Quem está vendendo melhor são aqueles que servem almoço e café da manhã. Eles já tem a clientela deles e agora atraiu mais gente por que o espaço está maior, aberto, chama a atenção. Agora a gente aqui dentro, os clientes chegam e dizem que está bonito, mas perguntam cadê os produtos”, acrescentou um dos feirantes.

Prefeitura – A reportagem da Folha entrou em contato com a Prefeitura de Boa Vista para saber o motivo da restrição das vendas e também se há algum planejamento de ampliar os produtos que podem ser revendidos no Mercado, porém, não obteve retorno até o fechamento da matéria. (P.C.)