ANA PAULA LIMA
Editoria de Cidades
“Vejo um grande futuro em Roraima e estou aqui não só para falar, mas também para investir”. A frase do presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Bartolomeu Braz, reflete o sentimento dos produtores durante o início da Colheita da Soja – Safra 2018, ocorrida no último sábado, 1º. O evento foi realizado na Fazenda Paraíso, a 76 quilômetros de Boa Vista, no município de Bonfim.
Durante o evento, produtores rurais, pesquisadores, investidores e o público em geral aproveitaram os estandes de mais de 70 patrocinadores da Largada da Soja. Com 25% a mais de área plantada em relação ao ano passado, sojicultores estão cada vez mais confiantes nos próximos passos em relação à agricultura roraimense. Serão 40 mil hectares de aumento e a expectativa de colher 120 mil toneladas de produto durante essa colheita.
Para o presidente da Comissão Organizadora da Colheita de Soja (COC Soja), Ermilo Paludo, o número de 60 produtores de soja ainda é pequeno em relação ao potencial do estado, visando a consolidar na produção. “Mas eles estão altamente capacitados, com áreas muito significativas de produção. A soja é uma âncora, abre a possibilidade de produzir outras culturas, já temos oito mil hectares de milho”, disse.
Paludo avaliou que produtores de outros estados começam a investir em Roraima por conta da facilidade de encontrarem potencialidades produtivas e também pela tecnologia que está sendo cada vez mais utilizada dentro das lavouras. “A Embrapa [Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária] desenvolveu atividades que se adaptam no nosso clima e nosso solo. É lógico que é preciso fazer alguns trabalhos para melhorar, mas temos um milhão de hectares de cerrado para plantar”, completou.
A 6ª Colheita da Soja teve início com máquinas realizando o trabalho nos 2.200 hectares, de terra plantada, na Fazenda Paraíso. De acordo com os produtores, o tempo para a colheita é curto, após serem colhidos, no máximo em duas semanas, os grãos ficam por dois dias em Boa Vista e depois seguem para o Amazonas, de onde serão vendidos para a Europa.
“Esse ano para nós está sendo sensacional. Vamos injetar na economia local em torno de R$ 146 milhões, somente da soja. Estamos fazendo um trabalho diferenciado, com participação técnica de empresas e órgãos, onde entendemos que vamos alcançar em um tempo mais curto a nossa independência econômica”, relatou o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Roraima (FAER), Sílvio de Carvalho.
Para melhoria na produção dentro do estado, os sojicultores acreditam que é necessário resolver problemas jurídicos envolvendo demarcações de terras e também a ligação de Roraima com o Sistema Interligado Nacional (SIN), onde dessa forma, será possível aumentar significativamente a geração de emprego e ampliar a agricultura familiar.
Dentre os fatores que possibilitam vislumbrar Roraima como grande agricultor no futuro, produtores rurais investem por afirmarem que tudo é atrativo. “Tem solo, sol, chuva, logística boa. Então estamos conhecendo o potencial dessa região, as áreas que podem ser exploradas, mas sempre respeitando o meio ambiente. Tenho certeza que os produtores virão para cá. Roraima será a capital da soja na Região Norte nos próximos dez anos”, garantiu o presidente da Aprosoja Brasil, Bartolomeu Braz, após assistir ao início da Colheita.
Genor Faccio, anfitrião da festa, declarou felicidade pelo evento e por ver como a cultura da soja está crescendo no estado. “Não tem mais volta, a agricultura já comprovou que está funcionando. Tenho certeza que a cultura que vai alavancar o desenvolvimento do estado vai ser a soja. A soja só traz bem, após depois de plantada, ela recupera o solo e podemos plantar milho, dessa forma vamos fechando uma cadeia produtiva boa”, afirmou.